Alckmin defende aprovação de reformas antes de PEC dos gastos
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que considera um risco o presidente Michel Temer gastar seu cacife político para aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) 241, que estabelece um teto para os gastos da União corrigido pela inflação, antes de aprovar reformas estruturais, a maioria prevista para o ano que vem.
Alckmin se disse defensor da PEC, mas inverteria as prioridades, aprovando primeiro as reformas que considera importantes, como a previdenciária, a trabalhista, a tributária e a política. "Eu faria primeiro as reformas e depois a PEC. Porque se você aprovar a PEC e não aprovar as reformas fica muito difícil a PEC ser exequível. E qual é o risco? É você gastar todo o cacife político, toda a energia, para aprovar a PEC e deixar as reformas para o ano que vem, e aí no ano que vem elas se diluírem ao longo do tempo", disse, durante entrevista ao jornalista Roberto D'Ávila, exibida nesta noite pela Globonews.
Alckmin também afirmou concordar com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que criticou o "espetáculo midiático" dos procuradores da Operação Lava-Jato durante apresentação da denúncia contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no mês passado. "Sou admirador do ministro Teori Zavascki e ele tem razão. A ribalta é para quem disputa eleição. Os operadores do Direito, o Ministério Público, a magistratura, precisam de mais cautela", disse.
Sobre a disputa interna no PSDB pela candidatura à Presidência, Alckmin disse que é contra antecipar a eleição de 2018, já que a corrida municipal deste ano ainda nem acabou. Mas afirmou que também é defensor de prévias, como declarou o senador mineiro Aécio Neves, depois do domingo, quando o governador se fortaleceu ao eleger sua aposta para a Prefeitura de São Paulo, o empresário e apresentador de TV João Doria, já no primeiro turno, um feito inédito. "Sempre defendo a democracia dentro de casa, que começa nos partidos", disse.
Alckmin citou os Estados Unidos como um exemplo a ser seguido e afirmou que o nome de Barack Obama, "um presidente negro , de nome Hussein, nascido no Havaí", nem era cogitado para vice quando esteve visitando o país, em 2008, e que a candidatura só foi possível porque Obama cresceu durante as prévias. "Dentro do partido pode ter dez candidatos e vai afunilando", disse.
O tucano afirmou considerar o governo Temer, que tem direito à reeleição, como uma "transição" e reforçou que o presidente deve aproveitar o momento político e seu cacife enorme, proporcional em sua opinião aos mais de dois terços do Congresso que aprovaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, para fazer as reformas.
O governador minimizou a divisão do PSDB em São Paulo ocasionada por sua decisão de apadrinhar João Doria, escolha que não foi acompanhada por outros líderes do partido, como José Serra e Alberto Goldman, e tardiamente pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "É natural que um partido grande tenha boas lideranças, que se posicionem. O importante é estarem juntos depois", afirmou.
Questionado se Doria não seria uma espécie de Donald Trump paulista, Alckmin discordou e afirmou que o PSDB é social-democrata. "Não tem nada a ver com o Partido Republicano. É muito mais parecido com o Partido Democrata, da Hillary [Clinton] e do Obama", disse.
Sobre a anulação do processo que condenou os responsáveis pelo massacre do Carandiru, Alckmin foi evasivo. "Isso foi em 1992. Levou um quarto de século, 24 anos. Esse é o grande problema. A Justiça tardia não faz justiça. Graças a Deus, o Carandiru não existe mais, demolimos e fizemos o Parque da Juventude. O processo agora recomeça. Claro que o Ministério Público vai recorrer. Isso nos leva a outra questão: precisamos de uma reforma do Judiciário, já passamos dos 100 milhões de processos no país. Há uma judicialização."
Alckmin se disse defensor da PEC, mas inverteria as prioridades, aprovando primeiro as reformas que considera importantes, como a previdenciária, a trabalhista, a tributária e a política. "Eu faria primeiro as reformas e depois a PEC. Porque se você aprovar a PEC e não aprovar as reformas fica muito difícil a PEC ser exequível. E qual é o risco? É você gastar todo o cacife político, toda a energia, para aprovar a PEC e deixar as reformas para o ano que vem, e aí no ano que vem elas se diluírem ao longo do tempo", disse, durante entrevista ao jornalista Roberto D'Ávila, exibida nesta noite pela Globonews.
Alckmin também afirmou concordar com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que criticou o "espetáculo midiático" dos procuradores da Operação Lava-Jato durante apresentação da denúncia contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no mês passado. "Sou admirador do ministro Teori Zavascki e ele tem razão. A ribalta é para quem disputa eleição. Os operadores do Direito, o Ministério Público, a magistratura, precisam de mais cautela", disse.
Sobre a disputa interna no PSDB pela candidatura à Presidência, Alckmin disse que é contra antecipar a eleição de 2018, já que a corrida municipal deste ano ainda nem acabou. Mas afirmou que também é defensor de prévias, como declarou o senador mineiro Aécio Neves, depois do domingo, quando o governador se fortaleceu ao eleger sua aposta para a Prefeitura de São Paulo, o empresário e apresentador de TV João Doria, já no primeiro turno, um feito inédito. "Sempre defendo a democracia dentro de casa, que começa nos partidos", disse.
Alckmin citou os Estados Unidos como um exemplo a ser seguido e afirmou que o nome de Barack Obama, "um presidente negro , de nome Hussein, nascido no Havaí", nem era cogitado para vice quando esteve visitando o país, em 2008, e que a candidatura só foi possível porque Obama cresceu durante as prévias. "Dentro do partido pode ter dez candidatos e vai afunilando", disse.
O tucano afirmou considerar o governo Temer, que tem direito à reeleição, como uma "transição" e reforçou que o presidente deve aproveitar o momento político e seu cacife enorme, proporcional em sua opinião aos mais de dois terços do Congresso que aprovaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, para fazer as reformas.
O governador minimizou a divisão do PSDB em São Paulo ocasionada por sua decisão de apadrinhar João Doria, escolha que não foi acompanhada por outros líderes do partido, como José Serra e Alberto Goldman, e tardiamente pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "É natural que um partido grande tenha boas lideranças, que se posicionem. O importante é estarem juntos depois", afirmou.
Questionado se Doria não seria uma espécie de Donald Trump paulista, Alckmin discordou e afirmou que o PSDB é social-democrata. "Não tem nada a ver com o Partido Republicano. É muito mais parecido com o Partido Democrata, da Hillary [Clinton] e do Obama", disse.
Sobre a anulação do processo que condenou os responsáveis pelo massacre do Carandiru, Alckmin foi evasivo. "Isso foi em 1992. Levou um quarto de século, 24 anos. Esse é o grande problema. A Justiça tardia não faz justiça. Graças a Deus, o Carandiru não existe mais, demolimos e fizemos o Parque da Juventude. O processo agora recomeça. Claro que o Ministério Público vai recorrer. Isso nos leva a outra questão: precisamos de uma reforma do Judiciário, já passamos dos 100 milhões de processos no país. Há uma judicialização."
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