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Dólar cai com aumento de fluxo e tem menor valor desde julho de 2015

25/10/2016 17h46

A entrada de recursos para o programa de regularização de capitais não declarados à Receita Federal e mantidos no exterior e a melhora da percepção de risco tanto no cenário externo quanto no doméstico levaram o dólar a fechar na mínima em mais de um ano frente ao real.

A moeda americana caiu 0,42% e encerrou a R$ 3,1066, menor patamar desde de 2 de julho de 2015. Já o contrato futuro para novembro recuava 0,53% para R$ 3,113.

O aumento da entrada de recursos na reta final para a adesão ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária, que encerra em 31 de outubro, tem levado o dólar a bater novas mínimas nesta semana. Para regularizar a situação, os contribuintes precisam pagar 15% de Imposto de Renda e 15% de multa, somando 30% do patrimônio a ser regularizado.

O Banco Central informou hoje que o fluxo cambial em outubro, até o dia 21, está positivo em US$ 2,531 bilhões, resultado de uma entrada líquida de US$ 740 milhões para a conta financeira e de aporte líquido de US$ 1,791 bilhão para a conta comercial. Só na semana passada, entre os dias 19 e 21, houve uma entrada de US$ 1,6 bilhão na conta financeira, o que para chefe de departamento econômico do BC, Túlio Maciel, pode estar relacionado com o programa de regularização de ativos.

O economista para América Latina do Standard Chartered, Italo Lombardi, avalia que há espaço para uma valorização adicional do real com a melhora do fluxo de recursos para o Brasil e dos fundamentos macroeconômicos, esperando um câmbio a R$ 3,10 no fim do ano. "Há uma dinâmica positiva para o câmbio e não me surpreenderia se o dólar começasse a se mover na direção dos R$ 3", afirma.

Nesse cenário, Lombardi acredita que o Banco Central só deve aumentar a intervenção no mercado de câmbio se houver uma apreciação exagerada do real em relação a seus pares e se ele perceber que há um exagero do mercado em relação aos fundamentos. "Esse BC tem um viés de menos intervenção no câmbio. Mas isso não significa intervenção nenhuma. Ele vai atuar apenas para suavizar algum movimento exagerado do câmbio e vai avaliar se a sobrevalorização do real em relação aos pares tem fundamento ou não", diz.

O BC , por enquanto, tem mantido a oferta de 5 mil contratos de swap reverso nos leilões diários, operação equivalente a uma compra de US$ 250 milhões no mercado de câmbio. "O cenário atual é outro. Houve uma melhora dos fundamentos desde então, com a aprovação das medidas fiscais, especialmente da PEC 241, indo em uma velocidade melhor que a esperada pelo mercado", afirma.

A Câmara vota hoje em segundo turno a PEC 241, que coloca um teto para os gastos do governo. A expectativa do mercado é de a medida passe com folga após esforços do governo para convencer a base aliada.

No exterior, o dólar caiu contra várias divisas emergentes após comentários do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que defendeu as políticas monetárias acomodatícias do BCE, ressaltando que o banco central está comprometido em manter as taxas de juros baixas até atingir a meta de inflação. Draghi, porém, reconheceu que há riscos em manter as taxas de juros negativas.