Em dia de Trump, dólar atinge mínima e bolsa segue volátil
O dólar cai ao menor patamar em uma semana nesta sexta-feira, acumulando baixa de 1% nos últimos cinco dias.
Às 13h19, o dólar comercial cedia 0,44%, a R$ 3,1881, depois de tocar R$ 3,1836. O real praticamente zerou as perdas observadas nas semanas seguintes à eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O republicano toma posse nesta sexta-feira.
O dólar para fevereiro caía 0,27%, a R$ 3,1985.
O real, assim, caminha para fechar a semana com o terceiro melhor desempenho global, atrás apenas do sol peruano e da libra esterlina. Boa parte dessa performance se deve à volta das atuações do Banco Central, que começou a rolagem dos US$ 6,4 bilhões em swaps cambiais que expiram no começo de fevereiro. O mercado reagiu com venda de dólar porque já considerava a probabilidade de o BC liquidar esse lote - ou pelo menos parte dele.
O entendimento é que o BC agiu para minimizar riscos de volatilidade justamente com a posse de Trump, que sugere mais inflação e, portanto, juros mais altos nos EUA, o que tende a fortalecer o dólar.
Para estrategistas do Brown Brothers Harriman, a chance de a política monetária americana ficar mais divergente das de outras importantes economias explica o cenário construtivo para o dólar. O dólar teria suporte adicional do aumento das incertezas políticas na Europa, que poderiam deprimir a confiança e atrasar mais o processo de normalização da política monetária por lá. Isso não só manteria como aumentaria a divergência entre os juros americanos e europeus, garantindo a atratividade do dólar.
Aqui, os agentes monitoram ainda notícias dos desdobramentos políticos e jurídicos da morte do relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki. Um operador relata ter notado ontem à tarde maior volume de compra de dólar e juros, à medida que eram publicadas as primeiras notícias sobre a possibilidade de Teori estar na aeronave que caiu no mar de Paraty (RJ).
O Valor traz que, de imediato, a morte do ministro deve atrasar a homologação das delações em análise no Supremo, independentemente de os processos serem redistribuídos ou aguardarem a chegada do novo ministro.
A Lava-Jato é citada por profissionais do mercado financeiro como um elemento de incerteza sobre o Brasil, já que pode comprometer mais membros do governo. Em última instância, o temor de investidores é que os desdobramentos das investigações acabem atrasando ou inviabilizando a aprovação e implementação de reformas econômicas, tidas como essenciais para o Brasil voltar a crescer e controlar a trajetória de crescimento de sua dívida pública.
Juros
Os juros futuros de curto prazo caem pelo terceiro pregão consecutivo nesta sexta-feira, ainda impactados pela percepção de que a trajetória da inflação continuará respaldando cortes de juros.
A curva de DI já indica hoje Selic de 9,75% ao ano ao fim de 2017, contra 10% ontem. Os contratos embutem 80% de probabilidade de corte de 0,75 ponto percentual da Selic em fevereiro.
Depois do IPCA-15 de janeiro, que veio mais baixo que o esperado, não só economistas, como operadores de mercado começaram a rever projeções para a inflação. Começam a surgir estimativas de IPCA abaixo do centro da meta já neste ano.
Para Bruno Foresti, do Banco Ourinvest, o cenário-base para o governo de Trump não muda a expectativa de corte da Selic no Brasil. Ele diz que a evolução das propostas fiscais no Congresso indica uma inclinação às reformas, o que abre espaço para queda da inflação, permitindo mais alívio monetário. "O Brasil tem seus próprios problemas que, se tratados, poderão reduzir o impacto das questões externas", diz.
Às 13h25, o DI janeiro de 2018 recuava a 10,935% ao ano, frente a 10,975% no ajuste anterior, no terceiro dia de baixa. O DI janeiro de 2021 caía a 10,610%, ante 10,700% no ajuste da véspera.
Bolsa
O Ibovespa começou o pregão com tom levemente positivo, mas ampliou os ganhos após a abertura de Nova York. O índice subia 1,02% às 13h26, para 64.605 pontos. O S&P500 ganhava 0,47%. Os mercados aguardam o discurso de posse de Donald Trump.
O dia mostra volatilidade e setores variados se revezam na liderança das altas do Ibovespa. Eletrobras ON (3,42%) passou a liderar os ganhos, seguida por Usiminas (3,28%) e Natura (2,82%).
O presidente da Usiminas, Rômel de Souza, afirmou que vai iniciar um processo de arbitragem contra sai sócia Sumitomo Corporation. O grupo japonês se nega a aprovar uma redução de capital de R$ 1 bilhão na Mineração Usiminas (Musa), produtora de minério de ferro da qual detém 30% do capital. A Usiminas é dona de 70%.
As maiores quedas mostram a volatilidade do mercado hoje. Ações de papel e celulose, que subiam, caem. Fibria ON lidera as perdas, com recuo de 2,49%, seguida por Suzano PNA (-1,35%) e Localiza (-1%).
A volatilidade do mercado americano de ações deve aumentar após a posse de Trump, o que também deve ampliar o nervosismo no mercado brasileiro. O índice de volatilidade VIX, conhecido como "termômetro do medo", opera atualmente em níveis próximos das mínimas, mas investidores já estão se posicionando para uma virada.
Às 13h19, o dólar comercial cedia 0,44%, a R$ 3,1881, depois de tocar R$ 3,1836. O real praticamente zerou as perdas observadas nas semanas seguintes à eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O republicano toma posse nesta sexta-feira.
O dólar para fevereiro caía 0,27%, a R$ 3,1985.
O real, assim, caminha para fechar a semana com o terceiro melhor desempenho global, atrás apenas do sol peruano e da libra esterlina. Boa parte dessa performance se deve à volta das atuações do Banco Central, que começou a rolagem dos US$ 6,4 bilhões em swaps cambiais que expiram no começo de fevereiro. O mercado reagiu com venda de dólar porque já considerava a probabilidade de o BC liquidar esse lote - ou pelo menos parte dele.
O entendimento é que o BC agiu para minimizar riscos de volatilidade justamente com a posse de Trump, que sugere mais inflação e, portanto, juros mais altos nos EUA, o que tende a fortalecer o dólar.
Para estrategistas do Brown Brothers Harriman, a chance de a política monetária americana ficar mais divergente das de outras importantes economias explica o cenário construtivo para o dólar. O dólar teria suporte adicional do aumento das incertezas políticas na Europa, que poderiam deprimir a confiança e atrasar mais o processo de normalização da política monetária por lá. Isso não só manteria como aumentaria a divergência entre os juros americanos e europeus, garantindo a atratividade do dólar.
Aqui, os agentes monitoram ainda notícias dos desdobramentos políticos e jurídicos da morte do relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki. Um operador relata ter notado ontem à tarde maior volume de compra de dólar e juros, à medida que eram publicadas as primeiras notícias sobre a possibilidade de Teori estar na aeronave que caiu no mar de Paraty (RJ).
O Valor traz que, de imediato, a morte do ministro deve atrasar a homologação das delações em análise no Supremo, independentemente de os processos serem redistribuídos ou aguardarem a chegada do novo ministro.
A Lava-Jato é citada por profissionais do mercado financeiro como um elemento de incerteza sobre o Brasil, já que pode comprometer mais membros do governo. Em última instância, o temor de investidores é que os desdobramentos das investigações acabem atrasando ou inviabilizando a aprovação e implementação de reformas econômicas, tidas como essenciais para o Brasil voltar a crescer e controlar a trajetória de crescimento de sua dívida pública.
Juros
Os juros futuros de curto prazo caem pelo terceiro pregão consecutivo nesta sexta-feira, ainda impactados pela percepção de que a trajetória da inflação continuará respaldando cortes de juros.
A curva de DI já indica hoje Selic de 9,75% ao ano ao fim de 2017, contra 10% ontem. Os contratos embutem 80% de probabilidade de corte de 0,75 ponto percentual da Selic em fevereiro.
Depois do IPCA-15 de janeiro, que veio mais baixo que o esperado, não só economistas, como operadores de mercado começaram a rever projeções para a inflação. Começam a surgir estimativas de IPCA abaixo do centro da meta já neste ano.
Para Bruno Foresti, do Banco Ourinvest, o cenário-base para o governo de Trump não muda a expectativa de corte da Selic no Brasil. Ele diz que a evolução das propostas fiscais no Congresso indica uma inclinação às reformas, o que abre espaço para queda da inflação, permitindo mais alívio monetário. "O Brasil tem seus próprios problemas que, se tratados, poderão reduzir o impacto das questões externas", diz.
Às 13h25, o DI janeiro de 2018 recuava a 10,935% ao ano, frente a 10,975% no ajuste anterior, no terceiro dia de baixa. O DI janeiro de 2021 caía a 10,610%, ante 10,700% no ajuste da véspera.
Bolsa
O Ibovespa começou o pregão com tom levemente positivo, mas ampliou os ganhos após a abertura de Nova York. O índice subia 1,02% às 13h26, para 64.605 pontos. O S&P500 ganhava 0,47%. Os mercados aguardam o discurso de posse de Donald Trump.
O dia mostra volatilidade e setores variados se revezam na liderança das altas do Ibovespa. Eletrobras ON (3,42%) passou a liderar os ganhos, seguida por Usiminas (3,28%) e Natura (2,82%).
O presidente da Usiminas, Rômel de Souza, afirmou que vai iniciar um processo de arbitragem contra sai sócia Sumitomo Corporation. O grupo japonês se nega a aprovar uma redução de capital de R$ 1 bilhão na Mineração Usiminas (Musa), produtora de minério de ferro da qual detém 30% do capital. A Usiminas é dona de 70%.
As maiores quedas mostram a volatilidade do mercado hoje. Ações de papel e celulose, que subiam, caem. Fibria ON lidera as perdas, com recuo de 2,49%, seguida por Suzano PNA (-1,35%) e Localiza (-1%).
A volatilidade do mercado americano de ações deve aumentar após a posse de Trump, o que também deve ampliar o nervosismo no mercado brasileiro. O índice de volatilidade VIX, conhecido como "termômetro do medo", opera atualmente em níveis próximos das mínimas, mas investidores já estão se posicionando para uma virada.
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