Com crise política, dólar e juros futuros retomam alta e Ibovespa cai

Os juros futuros e o dólar voltam a operar em alta firme nesta segunda-feira, após ajustes técnicos na última sessão. O Ibovespa, principal indicador do mercado acionário nacional, tem baixa nos primeiros negócios do dia.

Os agentes financeiros seguem avaliando, em meio a muita incerteza, os efeitos da atual crise política na economia e na política monetária. Por ora, o cenário é de resistência do presidente Michel Temer no cargo e de esforços - políticos e jurídicos - no Planalto para refutar as acusações contra o peemedebista.

Em meio à turbulência política, a moeda brasileira tem o pior desempenho no dia dentre uma lista de 33 divisas globais. Por outro lado, a variação não é tão elástica quanto aquelas registradas na semana passada.

Por volta das 10h40, o dólar comercial subia 0,94%, a R$ 3,2860, tendo avançado até a máxima de R$ 3,3065.

O DI janeiro/2018 subia a 9,785%, ante 9,670% no ajuste anterior, e o DI janeiro/2019 avançava a 10,200%, ante 9,970% na mesma base de comparação. O DI janeiro/2021, por sua vez, marcava 11,450%, ante 11,170%.

O Ibovespa perdia 0,76%, aos 62.163 pontos. Os papéis da JBS estão sob forte pressão, em meio ao turbilhão provocado pela delação de seus donos, os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Há pouco, os papéis da empresa eram negociados a R$ 7,61 na B3 (BM&FBovespa), desvalorização de 12,5%. Trata-se da maior queda entre os papéis que compõem o Ibovespa.

No mercado, há muitas dúvidas sobre o eventual acordo de leniência da empresa com o Ministério Público Federal (MPF). Na sexta-feira, a J&F e o MPF não chegaram um acordo. O MPF pedia uma multa de R$ 11,1 bilhões.

Além disso, as compras de dólares feita pela JBS e a venda ações da empresa pelos Batista antes da divulgação da delação premiada levou à abertura de procedimentos de investigação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).