Juros futuros renovam máximas com persistente incerteza política
As taxas de DI de prazos médios e longos voltaram a subir forte na BM&F nesta segunda-feira, mais do que anulando a queda da sexta-feira e superando os patamares do fim da quinta, quando os mercados foram varridos por uma onda de zeragem de posições.
A inclinação entre os DIs janeiro de 2021 e janeiro de 2019 - uma medida de risco - voltou a bater recorde, indo a 1,30 ponto percentual (1,18 ponto na sexta e 0,98 ponto na quinta).
A percepção é que no fim de semana o noticiário sugeriu mais pressão sobre o presidente Michel Temer. Há avaliações de que a postura combativa de Temer indica mais demora na resolução da atual crise política, o que manteria travada a agenda de reformas.
Por isso, ainda é difícil observar consenso entre os investidores em relação ao melhor cenário para os mercados, embora seja numeroso o coro daqueles que consideram a saída de Temer a melhor solução.
Alguns defendem a renúncia do presidente, pela ideia de que a eleição indireta eleva chances de vitória de um membro do Congresso com mais capacidade para negociar as reformas. Outros agentes financeiros, porém, citam a experiência de Temer e as dúvidas sobre a força do conteúdo das delações e dos áudios que citam o presidente.
Hoje, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, voltou a dizer que não há relação direta entre as atuações no câmbio e monitoramento das incertezas políticas, de um lado, e a política monetária, de outro. Ele observou que as decisões do Copom vão levar em conta o comportamento das projeções no horizonte relevante, que inclui este ano, 2018 e também 2019. O presidente do BC destacou a importância de se manter o caminho das reformas.
No mercado, o Tesouro Nacional voltou a realizar leilões de resgate antecipado e venda de títulos públicos. O Tesouro Nacional aceitou propostas para 891.650 NTN-B em leilões de compra e venda de papéis nesta segunda-feira (oferta total de 2,6 milhões de papéis). Antes, havia aceitado propostas para 671 mil títulos públicos prefixados em leilões de recompra e venda, de uma oferta total de 8 milhões.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI julho/2017 tinha taxa de 10,540% (10,544% no ajuste anterior).O DI janeiro/2018 subia a 9,765% (9,670% no último ajuste).O DI janeiro/2019 avançava a 10,250% (9,970% no ajuste anterior).E o DI janeiro/2021 ia a 11,550% (11,170% no último ajuste).
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