FGV: Indicadores da economia têm sinais ambíguos ante crise política
Os indicadores coincidente e antecedente da economia mostram sinais ambíguos em meio às incertezas provocadas pela nova crise política no governo federal.
Enquanto o Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) - que capta as expectativas - recuou 0,3% de abril para maio, se situando em 107,2 pontos, o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE) - que mensura a situação atual - subiu 0,4%, para 98 pontos. Ambos são elaborados pela FGV-Ibre e pelo Conference Board (TCB).
Das oito séries componentes do indicador coincidente, quatro contribuíram para a queda do indicador: o Índice de Expectativas do Setor de Serviços (-0,4%), o Índice de Termos de Troca (-3,8%), o Ibovespa (-4,1%) e Índice de quantum de exportações (-4,4%). Já as variações semestrais do indicador coincidente (ICCE) permaneceram no terreno positivo pelo quarto mês consecutivo.
"A variação do ICCE em maio aponta no sentido de uma retomada, ainda que lenta, do nível de atividade", afirma Paulo Picchetti, pesquisador do Ibre-FGV. "No entanto, o aumento da incerteza decorrente do quadro político resultou em um novo recuo do IACE, tornando menor a probabilidade desta retomada ser suficiente para reverter a atual fase do ciclo econômico no curto prazo", afirma Picchetti.
O Indicador Antecedente Composto da Economia agrega oito componentes econômicos que medem a atividade econômica no Brasil. Cada um deles vem se mostrando individualmente eficiente em antecipar tendências econômicas. A agregação dos indicadores individuais em um índice composto filtra os chamados "ruídos", colaborando para que a tendência econômica efetiva seja revelada.
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