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Ibovespa fica travado à espera de reforma trabalhista

21/06/2017 17h34

O Ibovespa assumiu um comportamento lateral no pregão de hoje com a espera dos investidores pela aprovação da reforma trabalhista. O índice encerrou o dia praticamente estável com leve queda de 0,01% aos 60.762 pontos e giro financeiro de R$ 5,5 bilhões, abaixo da média diária do ano, que é de R$ 6,3 bilhões. "O mercado está à espera de novas sinalizações sobre as reformas para definir estratégias de longo prazo. As transações têm ficado restritas ao giro diário", diz Leandro Martins, analista da corretora Nova Futura.


O senador Romero Jucá (PMDB-RR) leu o relatório favorável à constitucionalidade da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ficou acertado que na próxima quarta-feira será aberta uma sessão extraordinária onde serão lidos votos em separado - ou relatórios paralelos sobre o assunto. Após às 16h terá início a discussão da matéria. Cada senador terá direito a falar por 10 minutos e a votação só deve ocorrer depois disso. Na sequência, a matéria segue para votação no plenário.


As duas principais ações do Ibovespa - Vale e Petrobras - tiveram desempenhos opostos durante todo o pregão e, com o peso que têm na composição do índice, de 16,80%, impediram que o Ibovespa engatasse um movimento de alta ou de baixa. Os papéis PNA da Vale fecharam com alta de 3,49% e as ações ordinárias subiram 2,96x%. O preço do minério de ferro teve leve alta de 0,7% em Qingdao, na China, para US$ 56,82 a tonelada. De acordo com operadores, uma casa de investimentos estrangeira teria recomendado aos clientes a compra das ações da mineradora.


Já as ações da Petrobras fecharam em queda, seguindo a desvalorização do preço do petróleo no mercado internacional. Os contratos futuros de petróleo WTI caíram 2,25% a US$ 42,53 o barril. As ações ordinárias da petroleira recuaram 1,77% e os papéis preferenciais tiveram queda de 1,85%. O volume de negócios com os papéis das duas empresas ficou bem parecido. As ações PNA da Vale movimentaram R$ 743,48 milhões e os papéis preferenciais da Petrobras giraram R$ 692,54 milhões.


De acordo com Martins, as ações das duas companhias perderam recentemente níveis importantes de suporte (R$ 14,00 no caso de Petrobras e R$ 25 no caso de Vale). E isso pode justificar a dinâmica negativa dos papéis "Há quase um ano as ações da Petrobras não perdiam o suporte dos R$ 14 e a Vale não ficava abaixo de R$ 25 desde janeiro", diz Martins. Segundo ele, a continuidade de queda desses papéis pode dar início a um movimento de ordens de "stop loss", considerando que o preço das commodities também está em queda no mercado internacional.


Os papéis do sistema financeiro também fecharam em baixa, com destaque para as ações ordinárias do Bradesco, que caíram 0,72%. A ação que teve a maior baixa hoje foi da Estácio, que recuou 7,28%. Este é o segundo dia de baixa das ações da empresa de educação, em meio à possibilidade cada vez maior do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reprovar a compra do grupo pela Kroton. As ações da Kroton caíram 3,54%.


As ações da JBS tiveram alta de 5,32%, a maior valorização do dia. O Supremo Tribunal Federal (STF) discute a validade do acordo de delação premiada dos controladores da empresa.