Delegado que investiga corrupção na PM-RJ diz que operação não acabou
O delegado Fábio Barucke, da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, disse nesta quinta-feira (29) que as investigações que desencadearam a Operação Calabar, apresentada pela Polícia Civil como a maior ação de combate à corrupção entre policiais militares e traficantes de drogas, continuarão nos próximos meses.
"A investigação segue para identificar criminosos que ainda não foram alcançados", disse Barucke, durante coletiva de imprensa para detalhar a operação, que expediu 172 mandatos de prisão preventiva, sendo 96 deles direcionados a PMs.
O secretário de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, disse que o dia de hoje "é difícil", mas que a Operação Calabar é "necessária".
"É um dia difícil, porém necessário. As instituições são perenes, compostas em sua maioria absoluta por pessoas honestas. Principalmente no momento em que o país vive mergulhado numa crise ética e moral, é preciso mostrar esse exemplo. Seguimos a vida adiante, com toda a crise financeira, a sociedade precisa das nossas instituições", afirmou.
As investigações que desencadearam a operação estão sendo conduzidas desde 2014 e teve início a partir de uma delação premiada envolvendo um agente intermediário que fazia o elo entre os policiais e traficantes vinculados, sobretudo, à facção Comando Vermelho, em comunidades de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
"Esse delator era um elo, foi contratado por policiais para ser um elo com os traficantes. Tinha a função de arrecadar valores semanais e entregar aos PMs, fazer a venda de armamentos apreendidos pelos policiais. E recebia participação dentro dos valores arrecadados [pelo esquema de propina]", disse Barucke.
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