Ibovespa fecha em alta puxado por ações de commodities
Em uma semana com definições políticas importantes, o mercado de ações encerrou o pregão de maneira positiva. O Ibovespa subiu 1,13% aos 63.025 pontos, mas com giro financeiro fraco, de R$ 4,2 bilhões, abaixo da média diária do ano que é de R$ 6,2 bilhões. A alta do índice foi puxada pela valorização das ações do setor de commodities.
No cenário político, os investidores acompanharam a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que teve a leitura do parecer e o voto do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia por corrupção passiva da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. Como era esperado, Zveiter votou pela admissibilidade da denúncia e para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o presidente.
A possível saída de Temer do cargo não é um fator de apreensão para o mercado financeiro. "Se não houver alteração na equipe econômica, não há problema. A crise política está apagando os números melhores da economia", diz Marco Tulli Siqueira, gerente de mesa Bovespa da Coinvalores. Se o presidente for afastado, quem assume o cargo é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Amanhã, os investidores vão estar atentos à votação da reforma trabalhista no plenário do Senado. O governo mantém a previsão de que terá entre 48 e 50 votos favoráveis ao projeto. O presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), manteve a votação para as 11h.
Juntas, as ações da Vale e da Petrobras respondem por cerca de 15% da composição do Ibovespa e o seu desempenho influencia o comportamento do índice. Os papéis das duas empresas subiram com a alta no preço dos produtos no mercado externo. As ações PNA da Vale tiveram alta de 2,18% e as ações ordinárias ganharam 2,84%. O preço do minério de ferro subiu 2%, em Qingdao, na China, para US$ 64,05 a tonelada.
As ações preferenciais da Petrobras ganharam 0,42% e os papéis ordinários tiveram alta de 0,16%. O contrato futuro de petróleo tipo WTI para agosto subiu 0,4% para US$ 44,40 o barril. A Petrobras anunciou hoje uma redução de 2% nos preços da gasolina e de 1,7% nos preços do diesel, com validade a partir de amanhã. O corte de preços para os combustíveis segue a nova política da estatal, que garante reajustes mais frequentes, a qualquer momento e inclusive diariamente.
A estatal informou também que deverá recorrer da decisão do Tribunal Federal de Apelações do 2º Circuito de Nova York que determinou a continuidade da tramitação da ação coletiva em que investidores pedem reparação pelos desvios ocorridos na companhia apurados no âmbito da Operação Lava-Jato.
Outros destaques de alta foram as ações de consumo e mais ligadas à demanda interna. As ações PNB da Copel subiram 4% e os papéis preferenciais do Pão de Açúcar ganharam 2,97%. Um dos fatores para a alta dos papéis é que a projeção média dos economistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017 baixou de 3,46% para 3,38% no levantamento divulgado logo cedo. Embora a previsão majoritária ainda seja de que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) vá cortar a Selic em 0,75 ponto percentual na sua reunião do final deste mês, têm crescido as apostas de uma redução mais ousada.
As ações do sistema financeiro também fecharam em alta, com destaque para os papéis ordinários do Bradesco, que subiram 1,54%. As ações preferenciais do banco tiveram alta de 1,11%.
Na ponta oposta, as maiores quedas ficaram com os papéis da Eletrobras, que passaram por uma correção de preços depois de três pregões consecutivos de alta. As ações ON recuaram 4,09% e os papéis PNB tiveram baixa de 4,08%.
Fora do Ibovespa, as ações da Taesa fecharam com alta de 3,80% a R$ 22,96, com um aumento das compras em um movimento conhecido como short squeeze - cobertura de posições vendidas. O movimento ganhou força depois da notícia de que a venda de ações da Taesa, que estão em poder da Cemig, foi adiada para depois de novembro. O adiamento ocorreu em razão da operação estruturada pela companhia para a venda da Light e o vencimento da opção de venda que os bancos sócios da companhia carioca têm contra a estatal mineira.
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