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Em NY, Dow Jones é recorde; S&P 500 e Nasdaq se aproximam das máximas

12/07/2017 17h42

O recorde do índice Dow Jones nesta quarta-feira em Wall Street tem um nome: Janet Yellen. Os mercados ganharam impulso globalmente após a comandante do mais poderoso banco central do mundo sinalizar um ciclo de aperto mais curto e ameno do que o esperado atualmente.


Após ajustes, Dow Jones fechou em alta de 0,57%, para 21.532,14 pontos, em novo recorde de encerramento. Alcançou também nova máxima intradia aos 21.580,79 pontos.


O S&P 500 subiu 0,73%, para 2.443,25 pontos, ficou a apenas dez pontos do seu maior patamar de fechamento e terminou o dia com todos os 11 setores no positivo. O Nasdaq avançou 1,10% a 6.261,17 pontos, também muito perto do seu nível mais elevado em todos os tempos.


No S&P 500, a fila dos ganhos foi puxada por três setores, tecnologia, imobiliário e de matérias-primas. Todos subiram mais de 1%, com avanços de, respectivamente, 1,31%, 1,24% e 1,18%.


No Dow Jones, o pódio dos ganhos foi ocupado por DuPont (+2,71%), Microsoft (+1,66%) e Home Depot (+1,34%). Apenas um papel entre 30 componentes terminou o dia no vermelho, J.P.Morgan, que recuou 0,34%.


A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) testemunhou hoje perante a Câmara dos Deputados americana na série de depoimentos semestrais que faz em julho no Congresso do país. Amanhã é a vez do Senado tirar suas dúvidas sobre os rumos da política monetária e da instituição.


A chefe do Fed afirmou ao Congresso que a taxa de juros nominal não precisa subir muito mais para que a política monetária se torne neutra. Yellen reafirmou a necessidade de o Fed ter de aumentar gradualmente os juros durante os próximos anos, mas, ponderou, o patamar não precisará ser o de ciclos anteriores.


A comandante do BC americano também mudou de leve o tom da avaliação sobre o cenário relativo à fraqueza recente da inflação. Enquanto na ata da reunião de política monetária de junho os integrantes da autoridade enxergavam a desaceleração do ritmo de alta dos preços como transitório e apontavam como culpadas as reduções de preços pontuais de algumas categorias específicas, diante dos deputados Yellen reconheceu haver mais incertezas sobre as projeções para a inflação futura.


A presidente do Fed ressalvou, no entanto, que o banco continua a ver a fraqueza atual como transitória. A inflação deve voltar a convergir à meta de 2% ao ano da autoridade quando "fatores temporários desaparecerem", considerou.


A interpretação de que Yellen assumiu uma postura menos "hawkish", ou seja, com tendência a adotar um ritmo de aperto mais gradual e de menor extensão, ajudou a impulsionar não apenas as bolsas globais, mas também, basicamente, todos os mercados, do ouro aos Treasuries (títulos do Tesouro americano).


Mas nem só dos comentários da presidente do Fed viveu hoje o bom humor dos mercados. Outros fatores ajudaram a sustentar os preços dos ativos em alta. O "Livro Bege" do Fed, um panorama das condições econômicas nos EUA, elaborado com base nas informações coletadas entre empresas dos 12 distritos do banco central, apontou um cenário de crescimento disseminado pelas regiões.


O relatório também indicou uma subida das pressões salariais e, ao mesmo tempo, reforçou a percepção de que a elevação dos ganhos dos trabalhadores não tem se transformado em pressões inflacionárias mais fortes. Após o Livro Bege, os ganhos em Wall Street esticaram um pouco mais.


Nos próximos dias, a política monetária pode ceder lugar às especulações sobre a nova temporada de balanços, que começa informalmente na sexta-feira, com a divulgação de resultados do segundo trimestre de três gigantes financeiros: J.P.Morgan, Citigroup e Wells Fargo.


Mas não significa que não haverá divulgações importantes até o último dia da semana. Na quinta-feira, a Delta Airlines publicará seu balanço antes da abertura do mercado.