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Ibovespa avança para nível de fevereiro; dólar reverte queda

21/08/2017 13h48

O Ibovespa voltou a oscilar nesta segunda-feira (21) ao redor dos 69 mil pontos, nível não visto desde o dia 23 de fevereiro, quando o índice tocou a máxima intradia deste ano, de 69.487 pontos.


O que sustenta a bolsa no terreno positivo é, principalmente, o minério de ferro, que teve um forte desempenho no exterior e impulsionou tanto os papéis de Vale quanto de siderúrgicas. Mas ganhos adicionais, na opinião de operadores, começam a ficar mais difíceis de serem alcançados, dados os preços do mercado e o ambiente ainda carregado de incertezas.


Às 13h25, o Ibovespa subia 0,38% para 68.974 pontos. No melhor momento desta manhã, o índice foi negociado a 69.068 pontos. Trata-se de um ponto importante de resistência para o índice e operadores veem com cautela a capacidade de a bolsa avançar para além dele, porque os argumentos para a valorização ainda são considerados muito frágeis.


O desempenho do minério de ferro que justifica o sinal positivo de hoje tende a ser muito volátil e, portanto, seu comportamento não pode ser encarado como um fundamento sustentável para o mercado.


Além disso, observam os profissionais, o único elemento firme que se vê na cena local é a queda dos juros. Os dados de crescimento e a agenda fiscal, assim como os riscos políticos, são motivo de alerta para quem monta posições nesse mercado. "Os índices de força relativa da bolsa estão esticados e isso sugere cautela", afirma um operador. Esse profissional observa que, para comprar bolsa aos preços atuais, o investidores precisa ter um objetivo de venda muito claro, ou seja, o dinheiro que chega hoje ao mercado é volátil, com foco no curto prazo. "O fluxo global hoje aceita muito mais desaforo, é verdade. Mas acho que os preços começam a ficar caros de agora em diante", afirma.


Além de Vale PNA (+1,53%) e siderúrgicas (Usiminas PNA +0,66%, Gerdau PN +0,45% e CSN +0,49%), que desaceleraram os ganhos no começo da tarde, os destaques de alta hoje são as ações de papel e celulose. As perspectivas favoráveis para os preços da celulose justificam os ganhos, juntamente com a possibilidade de uma fusão entre Suzano e Fibria.


Desde a semana passada, as ações já mostraram ganhos expressivos, reagindo ao cenário para a celulose, que levou alguns analistas a elevarem o preço-alvo para as ações do setor. Também pesou positivamente o fato de uma fusão entre Suzano e Fibria ter voltado ao radar.


Suzano PNA e Fibria ON lideram os ganhos do horário (com alta de 5,17% e 3,94%, respectivamente), seguidas por Estácio (2,64%), Eletrobras ON (2,62%) e Eletrobras PNB (2.13%).


Já as maiores quedas do Ibovespa no horário são Braskem PNA,Cosan ON, Cemig PN, Petrobras ON e Rumo ON


Câmbio


A queda do dólar perde fôlego no início da tarde desta segunda-feira e a moeda começa a subir. A divisa americana até ensaiou uma queda mais consistente no começo do dia, numa reação global ao novo sinal de fragilidade da recuperação econômica dos Estados Unidos. Os números americanos antecedem o discurso da presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, no seminário anual de Jackson Hole. Por isso, até que a dirigente se pronuncie, é pouco provável a consolidação de uma direção mais clara dos ativos.


A cautela aumenta por aqui devido aos eventos de risco à política econômica do Brasil nos próximos dias. Amanhã, está prevista a votação em comissão especial da proposta de criação da Taxa de Longo Prazo (TLP). A medida é defendida pelo governo e dirigentes do Banco Central pois estabelece padrões mais próximos do mercado às taxas do BNDES, substituindo a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).


A expectativa no mercado é de aprovação da TLP e a confirmação pode significar ganho adicional para os ativos domésticos. O diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, alerta contudo que, "a reprovação ou algum outro problema pode afetar ainda mais, do lado negativo". A tramitação da medida serve de termômetro do apoio do Congresso à agenda econômica do governo. Ainda assim, Faria Junior afirma que o cenário para a reforma da Previdência é mais complicado e ainda exige esforço adicional para conseguir os votos necessários.


O tempo para apreciação do texto é curto. A MP 777, que trata da questão, tem de ser votada até 6 de setembro nas duas casas do Congresso para não perder validade. A expectativa no governo é de que seja apreciada na Câmara ainda nesta semana, abrindo caminho para análise no Senado até o dia 30 de agosto.


Por volta das 13h40, o dólar comercial era negociado em alta de 0,13%, a R$ 3,1502. O dólar para setembro caía 0,11%, para R$ 3,152.


Juros


Os juros futuros operam em viés de queda nesta segunda-feira, beneficiados pelo ambiente externo favorável a ativos de risco. A leitura, por ora, é de que números mais fracos de inflação e atividade nos EUA inibem o Federal Reserve de elevar taxas de forma mais dura. Por outro lado, a movimentação nos mercado globais só deve se consolidar depois do discurso de Janet Yellen.


A cautela aumenta por aqui devido aos eventos de risco à política econômica do Brasil nos próximos dias. Amanhã, está prevista a votação em comissão especial da proposta de criação da Taxa de Longo Prazo (TLP). A medida é defendida pelo governo e dirigentes do Banco Central pois estabelece padrões mais próximos do mercado às taxas do BNDES, substituindo a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).


"A TLP é o instrumento mais importante a ser aprovado por esse governo, na minha opinião", diz o estrategista da Coinvalores, Paulo Nepomuceno. "Faria que as agências de risco não rebaixassem a nota do Brasil", afirma.


Por volta das 13h45, o DI janeiro/2018 caía a 8,030% (8,060% no ajuste anterior) e DI janeiro/2019 recuava a 8,030% (8,050% no ajuste anterior).Já o DI janeiro/2021 operava a 9,430% (9,420% no ajuste anterior).