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Dilma diz que representa projeto político que sempre sofreu restrições

31/08/2017 22h51

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou na noite desta quinta-feira que representa um projeto político que sempre sofreu "restrições e golpes no Brasil. Em discurso em evento na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio, que marca um ano da cassação de seu mandato, Dilma afirmou que o país tem "a mais irresponsável elite econômica" e sempre sofreu com a dificuldade de fazer processos de inclusão social.


Dilma não poupou ataques ao atual governo e rechaçou as críticas sobre a concessão de subsídios durante os mandatos dela e dos ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


"Não há política social no país sem subsídios. Projeto social no Brasil tem que ser massivo ou não terá eficácia", afirmou Dilma, acrescentando que o atual governo não dará prosseguimento ao Minha Casa, Minha Vida por ser contra subsídios.


A ex-presidente ainda disse que é necessário tributar herança, lucro e dividendos e ressaltou que seu governo teve dificuldade de tramitar esses assuntos na Câmara.


Nas críticas ao governo do presidente Michel Temer, Dilma citou a privatização da Eletrobras "e toda a desregulamentação que está por vir", citando inclusive a Reforma Trabalhista.


"Sem banco público, não vai ter rodovia e porto, mas vai ter banco público para financiar privatização", disse Dilma durante seu discurso.


A presidente ainda alfinetou o corte de gastos da Petrobras e frisou que "ninguém descobre o pré-sal fazendo política de contenção" na estatal. "Quem descobriu o pré-sal foi o governo Lula e o meu governo", disse.


Parlamentarismo


A ex-presidente afirmou ainda que a eventual adoção do parlamentarismo representaria uma saída que retiraria os partidos mais à esquerda "do páreo"."Não estamos no páreo se houver outro regime. O presidencialismo sempre foi complicado para as elites brasileiras", disse Dilma em discurso que durou cerca de uma hora e meia. "O parlamentarismo contém mecanismos que retiram [da disputa] as correntes mais progressistas", acrescentou.


Dilma também alfinetou o PSDB, principal concorrente histórico do PT e que continua participando do governo do presidente Michel Temer. "O PSDB fica extremamente encantado com a hipótese de chegar ao poder sem eleição", disse Dilma.