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Dólar supera R$ 3,15 pela primeira vez em setembro; bolsa cai

25/09/2017 13h27

O dólar voltou a subir nesta segunda-feira (25) e chegou a tocar o patamar de R$ 3,15, o que não havia acontecido ainda no mês de setembro. A pressão do mercado internacional, em um dia de agenda esvaziada no Brasil, justificou essa forte correção da cotação.


Às 13h32, o dólar avançava 0,98% para R$ 3,1582. O dólar para outubro subia 0,85%, para R$ 3,1545.


Para o sócio e gestor da Rosenberg Investimentos, Marcos Mollica, o dólar tem ampliado sua correlação com o exterior e, por causa disso, é hoje o ativo que menos reflete a melhora do humor doméstico - que, para ele, não foi eliminado. "A correlação com o mercado internacional deve ser maior, num momento em que cresce a visão de dólar mais forte no mundo", afirma.


Juros


Os juros futuros cederam na manhã desta segunda-feira à piora do mercado externo e voltaram a operar em alta, devolvendo uma parte da forte queda registrada nas últimas sessões. Segundo profissionais, esse movimento pode ser classificado ainda como correção e não indica uma mudança da visão positiva que investidores têm do ambiente doméstico.


A pesquisa Focus, divulgada hoje, confirma que as condições para uma queda adicional da Selic e para a estabilização da taxa em níveis baixos por um período prolongado estão colocadas. A projeção para a Selic permaneceu em 7% neste e no próximo ano - embora alguns economistas vejam espaço para uma queda mais forte, para 6,5% ou 6,75%. Mas, para o IPCA, houve uma rodada importante de queda. A mediana para 2017 cedeu de 3,08% para 2,97% e, para 2018, de 4,12% para 4,08%.


A queda dos juros - tanto da Selic como dos futuros - explica a melhora do custo da dívida, segundo dados divulgados hoje pelo Tesouro. O custo médio do estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) cedeu de 11,17% para 10,85% em agosto, o menor desde julho de 2010.


Às 13h37, o DI janeiro/2019 era negociado a 7,320%, de 7,270% no ajuste de sexta-feira; DI janeiro/2021 tinha taxa de 8,840%, ante 8,730% na sexta; e DI janeiro/2023 avançava a 9,520%, de 9,390%.


Bolsa


Apesar do entusiasmo do mercado com a economia doméstica ainda ter força, o Ibovespa consolida no começo da tarde de hoje a perda do patamar dos 75 mil pontos. O índice opera em parte afetado por uma esperada ? e mais intensa ? correção técnica depois de atingir topos históricos, enquanto também acompanha o aumento da cautela no cenário externo.


Operadores avaliam que, com a queda mais firme das bolsas americanas agora, o clima no exterior é de maior busca por proteção, o que estimula a saída de mercados emergentes em busca de alocação de capital em ativos considerados mais estáveis.


Nessas circunstâncias, às 13h42, o Ibovespa tinha queda de 1,25%, aos 74.445 pontos.


Segundo um operador, os mercados no exterior acompanham de perto a repercussão das eleições na Alemanha. Parte dos investidores ainda avalia que o avanço da extrema direita, a despeito da vitória do partido da chanceler Angela Merkel, suscita menor exposição ao risco.


Investidores também aguardam pronunciamentos de autoridades do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, programados para a semana. Na semana passada, sinalizações de que a autoridade monetária do país deve elevar os juros no fim do ano podem voltar ao foco, em especial diante do discurso da presidente do grupo, Janet Yellen, previsto para amanhã. A alta de juros nos Estados Unidos estimula o enxugamento da liquidez internacional.


Internamente, a chegada à Câmara dos Deputados da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer também preocupa por representar novo entrave quanto à tramitação da reforma da Previdência, pleito fundamental para o mercado. Sem catalisadores positivos e com uma agenda mais fraca, o índice aproveita a conexão desses elementos e tem queda mais forte.


"Vale destacar que o movimento do mercado ainda é favorável sob o ponto de vista de economia. Em termos de fundamento, os juros vêm caindo, fazendo com que as pessoas queiram aplicar na bolsa", diz um operador.


Alguns ativos operam em baixa acompanhando um noticiário mais específico, caso das ações daUsiminas PNA (-7,34%), Gerdau Metalúrgica PN (-4,53%) e Estácio ON (4,08%).


Na ponta positiva, também em ajuste após perdas recentes, a ação da Rumo sobe 2,49%, seguida por Qualicorp PN (1,52%) e Klabin (0,67%).


"Banco do Brasil foi novamente recomendado por outro banco, agora pelo UBS, mas o papel está perdendo força depois de uma abertura mais forte", afirma Ari Santos, gerente da mesa de operações da H. Commcor. "Aqui tende a continuar com um movimento mais fraco e com realização."