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Juros futuros sobem, com noticiário sobre energia e dólar forte

23/10/2017 17h54

Os juros futuros a partir de 2019 subiram na BM&F nesta segunda-feira, sustentadas pela alta do dólar, que superou a marca de R$ 3,22 durante nesta tarde. Notícias sobre a possibilidade de a conta de luz ficar mais cara no ano que vem também deram fôlego ao movimento de compra de taxa.


Conforme publicou o Valor, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende revisar a metodologia de definição das bandeiras tarifárias, a fim de reduzir a volatilidade dos preços e incluir, no cálculo, o nível dos reservatórios das usinas.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2018 tinha taxa de 7,293% ao ano (7,309% no ajuste anterior). O DI janeiro/2019 subia a 7,260% (7,240% no ajuste anterior). O DI janeiro/2021 ia a 8,900% (8,870% no ajuste anterior). E o DI janeiro/2023 tinha alta a 9,580% (9,540% no ajuste anterior).


As apostas dos investidores elevaram ligeiramente a projeção para a Selic ao fim de 2018, de cerca de 8,1% para 8,2%. De qualquer forma, a alta indica a preferência de adição de posições defensivas para o caso de a taxa básica voltar a subir ao longo do ano que vem, elevando o prêmio de risco já presente por causa das incertezas eleitorais.


No curtíssimo prazo, porém, as apostas se mantiveram. O mercado segue vendo corte de 0,75 ponto percentual da Selic na próxima quarta-feira e de 0,50 ponto no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro. Alguns agentes inclusive não descartam que o processo de alívio monetário se estenda para o começo de 2018.


É o caso do BTG Pactual. O banco vê como "plausível" a possibilidade de um "ajuste fino" na reunião de fevereiro, na forma de redução de 0,25 ponto percentual da Selic, o que levaria a taxa básica a 6,75% ao ano. Para o economista-chefe do banco, Eduardo Loyo, se o Copom repetir nas próximas comunicações a linguagem de "encerramento gradual" do ciclo de afrouxamento monetário junto com "(mais) redução moderada" no ritmo de cortes, criará uma "forte hipótese" a favor de um declínio final de 0,25 ponto da Selic na decisão de fevereiro. Outra alternativa seria indicar claramente o fim do ciclo para dezembro.


"Uma solução no meio do caminho seria adotar uma linguagem alternativa que, por ora, deixa a porta aberta para um ajuste fino em fevereiro, mas sem garanti-lo", diz Loyo, que vê a opção de corte final de 0,25 ponto em fevereiro como "plausível".