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Ibovespa sobe de olho na reforma da Previdência e no mercado exterior

21/11/2017 19h41

O Ibovespa passou por um movimento de correção de preços e fechou com alta de 1,58% aos 74.595 pontos, nesta terça-feira (21). Durante o pregão, o índice chegou a marcar 75.073 pontos, o maior patamar intradia desde 3 de novembro. De acordo com operadores, o Ibovespa busca um novo patamar depois de perder os 78 mil pontos, registrados em outubro. Pela análise gráfica, após o rompimento da resistência dos 74.500 pontos, o índice pode testar um novo patamar, ao redor dos 77 mil pontos.


Hoje, o movimento positivo do Ibovespa teve dois fatores principais: a alta das bolsas americanas e a maior confiança dos investidores na aprovação da reforma da Previdência. O giro financeiro ficou em R$ 13,55 bilhões, inflado pelo exercício de opções sobre ações, que movimentou R$ 3,5 bilhões.


Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que espera a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados em 6 de dezembro. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou, nesta terça, que colocará a reforma da Previdência em votação pelo plenário da Câmara assim que obtiver os 308 votos necessários para a sua aprovação.


No cenário interno, os investidores analisam a notícia publicada na coluna do jornalista Raymundo Costa, do Valor, de que o presidente Michel Temer deve disputar a reeleição, se der certo a articulação em curso, no Palácio do Planalto e no Congresso, para constituir uma aliança partidária a fim de "defender o legado do governo" em 2018.


Para o economista da Modalmais, Álvaro Bandeira, a disputa de Temer pela reeleição pode embaralhar ainda mais o cenário político no ano que vem.


"Com 3% de aprovação é difícil ser candidato. Se até o meio do ano que vem ele chegar a 12% de aprovação então será possível disputar a eleição", diz Bandeira. O economista afirma que o estilo político de Temer já é conhecido pelo mercado financeiro, entretanto, é preciso conhecer qual será seu plano de governo.


O analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, diz que a participação de Temer na disputa à Presidência vai ampliar o número de candidatos moderados concorrendo ao pleito.


"Quanto mais candidatos moderados maior vai ser a dispersão de votos, podendo tornar o segundo turno imprevisível, o que não é favorável ao mercado financeiro", diz.


Entre as ações negociadas no Ibovespa, os papéis da Smiles tiveram destaque e subiram 5,97%, sustentadas pela valorização dos papéis de sua controladora, a Gol, que ganhou 4,93%, e não faz parte do Ibovespa.


Os papéis das companhias aéreas subiram no pregão com os investidores atentos à votação no Senado que pode reduzir custos do setor de aviação com os combustíveis. Consta da pauta de votações o projeto que fixa o limite de 12% para a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível de aviação utilizado em operações, dentro do país, de transporte aéreo regular, não regular e de serviços aéreos especializados.


Os papéis dos setores com maior peso no Ibovespa - bancos e commodities - também subiram e colocaram o índice no terreno positivo. As ações PNA da Usiminas tiveram a maior alta do dia e subiram 7,10%, os papéis ON da Vale ganharam 3,43%. Entre as ações dos bancos, o destaque ficou com a PN do Bradesco, que ganhou 2,29%.