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Ibovespa perde força após encostar nos 75 mil pontos

28/11/2017 19h48

A bolsa brasileira aproveitou o bom humor dos negócios no exterior, em dia de alta dos índices acionários americanos, para recuperar terreno nesta terça-feira (28), e encostar nos 75 mil pontos. No leilão de fechamento, porém, o Ibovespa voltou a dar sinais de esgotamento e encerrou em leve alta de 0,11%, aos 74.140 pontos. Na máxima intradia, o índice chegou a atingir os 74.989 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,62 bilhões.


Além do exterior, o índice operou, hoje, sem descuidar da agenda política doméstica, que ainda reserva cautela quanto à aprovação da reforma da Previdência e com aumento das especulações em torno das eleições ? temas que devem, inclusive, continuar trazendo volatilidade ao mercado local.


As ações da Vale despontaram como importante impulso ao Ibovespa durante o dia. A ON fechou em alta de 2,37%, a R$ 36,25. O giro financeiro dos papéis foi de R$ 1,03 bilhão, quase o dobro dos R$ 534,4 milhões movimentados no pregão anterior.


Segundo um operador, trata-se de um bom momento para negociar o ativo levando em conta a performance do minério de ferro e mudanças recentes nas recomendações de grandes bancos. Acommodity caminha para fechar novembro com o maior ganho desde abril de 2016, com avanço de 15,8% até hoje. Além disso, o BTG Pactual elevou a recomendação e o preço-alvo para os recibos de ações (ADRs) da mineradora, um dia depois do Morgan Stanley também passar a indicar compra para os papéis.


Além da Vale, a recuperação dos bancos também explica o dia positivo para o Ibovespa, após definido o acordo financeiro para reposição de alegadas perdas de poupadores com os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. Os ativos do setor se recuperaram não apenas após perdas sucessivas de olho no tema, como também porque o valor do acordo entre bancos, poupadores e o governo não causou surpresa, além de estar provisionado. O valor inicial das ações no processo é de R$ 10 bilhões.


Fecharam em alta hoje as ações do Banco do Brasil (+1,49%, a R$ 32,64), enquanto o Bradesco (+0,30%, a R$ 33,50 a PN) e o Itaú Unibanco (+0,16%, a R$ 42,76) arrefeceram os ganhos do dia perto do fim dos negócios, assim como boa parte dos demais papéis do Ibovespa.


EUA


Especialistas veem nos ganhos das bolsas dos Estados Unidos um estímulo aos negócios locais, especialmente depois que declarações de Jerome Powell, futuro presidente do Fed, o banco central do país, consolidaram a leitura de gradualismo na política monetária americana. A tese é favorável para mercados emergentes, porque uma alta de juros por lá pode enxugar a liquidez global, com investidores deixando ativos de risco.


Mas o mercado local não deixa de observar os desdobramentos da política doméstica. Para Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, os investidores ainda seguem com o tom de "otimismo cauteloso", que incorpora uma leitura de que a aprovação da reforma da Previdência irá acontecer, diante das declarações confluentes de representantes do governo e do Congresso.


"No entanto, mesmo com tudo que vem sendo feito, ainda não dá para contar que a reforma vai ser aprovada de fato, então parte dos investidores prefere esperar por quadros mais definidos", diz.


As especulações em torno das eleições no ano que vem também voltaram à tona hoje, com a confirmação de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, será o presidente do PSDB. O movimento é visto por operadores como um sinal de força de Alckmin neste momento e renova, com isso, as expectativas em torno de um nome pró-reformas nas eleições de 2018.