Juros futuros caem,com cenário sobre reforma da Previdência indefinido
O mercado de juros mostrou nesta sexta-feira uma trégua no viés de alta que predominou nos últimos dias, numa clara evidência da sensibilidade de investidores em relação ao noticiário sobre a reforma da Previdência.Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 caía a 7,020% ao ano (7,060% no ajuste anterior).O DI janeiro/2020 cedia a 8,300% (8,340% no ajuste anterior).
O DI janeiro/2021 tinha queda para 9,240% (9,270% no ajuste anterior).O DI janeiro/2023 mostrava 10,100% (10,150% no ajuste anterior).
Após uma semana repleta de declarações de figuras centrais nas negociações em torno da reforma, as atenções ao longo deste fim de semana se voltam para o PSDB, que realiza sua convenção nacional no sábado, em Brasília. Há expectativa de que os tucanos definam se apoiam ou não o projeto de mudança das regras previdenciárias. Mas o próprio futuro presidente do partido, o potencial presidenciável Geraldo Alckmin (SP), demonstrou dias atrás pouca confiança num fechamento de questão em prol da reforma.
Assim, operadores e investidores já consideram haver mais chances de a reforma não ser votada neste ano do que o contrário. "No entanto, é difícil colocar dinheiro nessa aposta, uma vez que o histórico de articulação política favorece o governo", diz Renato Botto, da Absolute Investimentos, que chama a atenção para o novo - e apertado - prazo proposto pelo governo para a votação na Câmara: a semana entre os dias 18 e 22 de dezembro.
Em meio a esse imbróglio, o mercado mantém os prêmios de risco nas apostas. A taxa média de juros embutida nos contratos de DI para o período entre 3 de dezembro de 2018 e 2 de janeiro de 2019 é de quase 8% ao ano. Ou seja, o mercado financeiro coloca fichas na possibilidade de a Selic - hoje em 7% - estar 100 pontos-base mais alta daqui a um ano.
Para o começo do ano, porém, as apostas ainda são de corte adicional de juros. Tomando como base o contrato de DI julho de 2018, a indicação é de 68% de probabilidade de redução de 0,25 ponto percentual do juro em fevereiro. Chama a atenção, porém, o fato de essa ser a mesma precificação de ontem, que não se fortaleceu apesar do IPCA de novembro menor que o estimado. O movimento - ou falta de - sugere que o mercado está à espera também da definição da reforma da Previdência para consolidar estratégias para a política monetária no começo do ano que vem.
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