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Confiança do consumidor cai em dezembro, segundo SPC Brasil e CNDL

15/01/2018 14h14

O Indicador de Confiança do Consumidor (ICC), pelo calculado Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com base em entrevistas com 801 consumidores, encerrou o mês de dezembro aos 40,9 pontos, em queda em relação aos 41,9 tanto de novembro quanto de janeiro do ano passado, segundo relatório publicado nesta segunda-feira.


Ao longo do ano, o índice oscilou entre 39 e 42 pontos. Não é possível comparar com o número de dezembro de 2016, pois a pesquisa teve início apenas em 2017.


Um dos componentes que formam o ICC, o Indicador de Percepção do Cenário Atual, que mede a avaliação que os consumidores fazem do momento presente da economia e da própria vida financeira, fechou dezembro de 2017 em 29,9 pontos, pouco acima dos 29,6 observado em janeiro, mas abaixo dos 30,7 pontos que vigoravam em novembro.


Em termos percentuais, 84% dos consumidores avaliam de forma negativa o atual momento da economia contra apenas 2% que a consideram boa. Outros 13% têm uma visão neutra a respeito. Quando o assunto se detém ao estado atual de sua própria vida financeira, a avaliação positiva é um pouco melhor e atinge 12% dos entrevistados, contra 43% de pessimistas e 45% dos que possuem uma visão neutra.


O desemprego ainda é o principal vilão daqueles que consideram suas finanças em momento crítico: 33% atribuem à desocupação a principal causa do pessimismo. A dificuldade em pagar as contas também pesa, igualmente citada por 33% da amostra. A queda da renda familiar ficou com 14%, ao passo que 13% tiveram algum imprevisto que acabou afetando as finanças de casa.


Considerando os consumidores que possuem uma visão particularmente positiva a respeito de suas finanças, 50% atribuem o bom momento ao controle que exercem sobre suas contas. Outros 10% disseram não sofrer problemas no orçamento porque contam com uma reserva.


Para os que avaliam mal o estado da economia, o desemprego é citado como a principal causa por 39%. Além disso, 30% reclamam dos altos preços e 20% se queixam das altas taxas de juros.


O Indicador de Expectativa, outro componente que ajuda a formar o ICC, fechou o ano de 2017 com 51,8 pontos, pouco abaixo dos 54,2 pontos registrados em janeiro do ano passado e dos 53,0 pontos observados em novembro. O que contribuiu para o dado levemente acima do nível neutro foram as perspectivas sobre a própria vida financeira, que marcaram 60,6 pontos. Quando se trata da economia em geral, o indicador marcou 43,1 pontos.


Em termos percentuais, 41% dos brasileiros estão pessimistas com o futuro da economia. Os otimistas com o país somam 20% da amostra, ao passo que 33% estão neutros.


Entre os que estão pessimistas, o principal motivo apontado é a corrupção e a impunidade dos políticos (45%), seguido daqueles que discordam das medidas econômicas adotadas pelo atual governo (15%) e a percepção de que o desemprego continuará aumentando (14%).


Já considerando os otimistas, a maior parte (41%) não sabe explicar as razões de acreditarem na melhora, 11% confiam que as pessoas vão voltar a consumir e 10% que o desemprego recuará.


Com relação às expectativas para a própria vida financeira, a maioria (53%) está otimista, contra 17% de pessimistas. Outros 25% possuem uma visão neutra a respeito. Entre os otimistas, o principal motivo é a esperança em arrumar novo emprego ou receber uma promoção (32%), seguido daqueles que não sabem explicar o motivo do otimismo (29%). Já entre os pessimistas, os principais motivos apontados são: descrença na melhora da economia (41%), percepção de preços altos (21%) e poucas perspectivas de uma recolocação profissional (9%).


O indicador também revelou que o mau momento da economia reflete-se de várias maneiras na vida dos brasileiros. O que mais tem pesado, no entanto, é o custo de vida, mencionado por 53% dos entrevistados. Também pesa sobre o orçamento das famílias o desemprego (18%) e o endividamento (11%). De modo geral, 77% desses entrevistados notaram aumento


Ainda de acordo com o indicador, 6% dos consumidores que exercem atividade remunerada têm um alto receio de serem demitidos pelos próximos meses. Para 22%, o receio de demissão é médio, ao passo que 44% não enxergam esse risco.


O ICC e suas aberturas mostram que há confiança quando os pontos estão acima do nível neutro de 50 pontos. Quando o indicador vem abaixo de 50, indica falta de confiança.