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Maia confirma Previdência para o dia 20 apesar da falta de votos

06/02/2018 20h08

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira que a votação do projeto da reforma da Previdência está mantida para o dia 20, apesar de o governo Michel Temer não ter os 308 votos necessários para aprovar o texto.


Depois de reunir-se com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), Maia disse que apoia a reforma da Previdência e negou que a aprovação da proposta está mais difícil neste momento. No entanto disse que a construção da maioria é "lenta".


"Não está cada vez mais difícil não. Vocês [jornalistas] são ansiosos, alguns políticos são ansiosos. Às vezes quando eu falo que ainda não tem os votos ficam dizendo que estou contra. Como posso estar contra uma coisa que eu acho que é o coração do futuro desse país, fazer a reforma para garantir emprego? Não vou abrir mão disso", afirmou, em entrevista a jornalistas na Prefeitura de São Paulo, ao lado de Doria.


"Mas também não posso mentir para a sociedade. Hoje não tem 308 votos. Agora, o Brasil é um país onde as coisas mudam de uma forma tão rápida... Quem sabe a gente consegue depois do Carnaval, com todo mundo descansando um pouquinho, construir uma maioria para aprovar aquilo que for possível na Previdência", disse o presidente da Câmara.


Para Maia, a sociedade "ainda não compreendeu que a reforma do regime geral do INSS é positiva". "Ela (sociedade) compreendeu do serviço público, que tem mais de 80% de apoio, mas no regime geral a rejeição é maior do que o apoio. Isso impacta a opinião dos deputados", afirmou o deputado.


Eleição


Cotado como um possível presidenciável, Maia minimizou a candidatura à Presidência do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), e afirmou que seu partido deve ter candidato próprio para disputar o Planalto. A declaração de Maia foi dada depois de o presidente da Câmara reunir-se com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).


O encontro com FHC não estava na agenda oficial de Maia em São Paulo.


Maia disse que o cenário para a eleição presidencial está muito "aberto" e que, tirando a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não há mais nenhuma candidatura consolidada. Perguntado peloValor PROespecificamente sobre a candidatura Alckmin, o dirigente do DEM afirmou que o governador paulista ainda tem que se viabilizar e construir o seu projeto.


"Estou olhando as pesquisas", disse, sobre Alckmin. "Em todos os campos da esquerda, do centro, da direita, a eleição está aberta. Não vejo ninguém que possa dizer: 'esse pré-candidato é favorito para ir para o segundo turno. Tirando o Lula, não há ninguém com essas condições", afirmou. "Não que o governador Geraldo Alckmin não possa construí-lo [projeto], mas ele vai ter que construir".


O presidente da Câmara reiterou, por diversas vezes, os planos do DEM para a Presidência e não descartou ser candidato.


"Pretendemos construir uma candidatura nacional", disse. "Qualquer um, de qualquer partido de centro, de direita ou de esquerda tem condições de construir uma candidatura presidencial", afirmou, dizendo que nenhum candidato, além de Lula, tem intenção de voto consolidada.


Ao ser questionado se deseja disputar a Presidência, Maia afirmou que "qualquer político" tem essa vontade, mas disse que o partido vai decidir em março se terá candidato próprio ou não.


O presidente da Câmara evitou falar da conversa com FHC, mas disse que o PSDB e o DEM devem ter planos nacionais diferentes.


"O projeto nacional cada um vai construir de forma independente, para que cada um possa atingir seu objetivo", afirmou.


No entanto, Maia fez a ressalva que os dois partidos poderão estar juntos nos Estados e que São Paulo é um exemplo de onde essa aliança deve ser mantida. Ao lado de Doria, disse que o acordo entre DEM e PSDB em São Paulo vai bem tanto na capital quanto no Estado.


Tido como possível candidato ao governo paulista, Doria elogiou o partido aliado e disse que as duas legendas estão alinhadas "do ponto de vista do pensamento e do sentimento".