Após ata do Copom, juros futuros recuam na B3
Se o comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada sinalizou alguma, ainda que pequena, chance de mais corte do juro em março, a ata da reunião, divulgada nesta quinta-feira, deu argumentos para investidores verem uma porta pelo menos entreaberta para essa possibilidade.
Com as apostas dos investidores no mercado de juros futuros da B3, a probabilidade de redução de 0,25 ponto percentual da Selic em março subiu de 38% na quarta-feira para 44% hoje. Com as taxas curtas perto das mínimas do dia, esse patamar chegou a flertar com 50%.
Esse nível de aposta é o maior desde o começo de janeiro, quando os contratos de DI projetavam chance igual para corte de 0,25 ponto percentual em março e para estabilidade.Por ora, departamentos econômicos ainda não tornaram a revisar projeções. Mas reconhecem aumento das chances de extensão do processo de alívio monetário - que já dura 16 meses.
"Assinalamos pequeno aumento da probabilidade de que uma reversão do cenário internacional [câmbio apreciando] e mais surpresas benignas por parte da inflação, especialmente as medidas subjacentes, levem o Copom a um derradeiro corte na Selic", diz a Rosenberg Associados em nota a clientes. A casa, contudo, mantém cenário-base de que o comitê deixe a Selic estável em 6,75% ao ano no encontro de março.
Um dos pontos mais comentados da ata é a informação de que alguns membros manifestaram preferência por "elevado grau de liberdade" em termos de indicação sobre o próximo passo, enquanto "outros propuseram sinalizar mais fortemente a possível interrupção do ciclo de flexibilização monetária e manter liberdade de ação, mas em menor grau. A divisão nesse campo foi interpretada por alguns no mercado como evidência de que o Copom pode estar mais aberto a voltar a reduzir a Selic em março.
Mas para os economistas Jankiel Santos e Flávio Serrano, do Haitong, a divisão é uma "simples aceitação" de que o cenário macroeconômico pode transcorrer de modo diferente do contemplado no cenário-base. Os economistas lembram, inclusive, que, mesmo com o debate dividido, "todos concluíram ser apropriado sinalizar que, caso a conjuntura evolua conforme o cenário básico do Copom, a interrupção do processo de flexibilização monetária parece adequada sob a perspectiva atual".
Os economistas do Haitong veem pouca chance de as precondições para o Copom voltar a cortar os juros - inflação subjacente permanecer em patamares muito baixos, melhora adicional do cenário externo e reformas institucionais (leia-se a da Previdência)."No todo, isso nos leva a manter nossa estimativa de que o cenário mais provável é que a Selic seja mantida em 6,75% até o fim do ano."
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 caía a 6,660% ao ano (6,69% no ajuste anterior).O DI janeiro/2020 recuava a 7,830% (7,89% no ajuste anterior).O DI janeiro/2021 cedia para 8,730% (8,76% no ajuste anterior).E o DI janeiro/2023 tinha queda a 9,520% (9,54% no ajuste anterior).
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