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Quem for radical em princípios não deve fazer política, diz Lula

21/02/2018 09h39

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (21) que o PT quer fazer alianças eleitorais com o MDB - mesmo depois de Michel Temer e Eduardo Cunha, então eminentes líderes emedebistas, terem liderado a articulação para derrubar Dilma Rousseff, do PT, do Planalto. Desde o impeachment, o discurso dos petistas é de que Temer é "golpista" e "ilegítimo".


Questionado em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, Lula afirmou: "Não existe isso de 'PMDB nunca mais'. O PMDB de Minas, por exemplo, foi contra impeachment da Dilma. Não é um PMDB só." O petista destacou que, em cada Estado, o cenário partidário é um.


"Na hora em que você tiver que decidir alianças tem que pensar na somatória de forças para ganhar as eleições", disse Lula, para quem, não adianta ser o "candidato perfeito" e não ser eleito. "Quem quiser ser principista não faça política."


O ex-presidente está em Belo Horizonte para agendas partidárias, como parte da divulgação de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.


Processos


O ex-presidente aproveitou a entrevista para se defender das acusações de corrupção a que responde na Justiça. Em janeiro, ele foi condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão pode tornar Lula inelegível, pela Lei da Ficha Limpa.


"Tudo o que eu quero é que essa gente analise os autos do processo e me declarem inocente", disse. "Vou dedicar a minha vida para mostrar que estão cometendo um equívoco [ao me condenar]."


O petista se disse vítima de uma perseguição. "Hoje você não tem nenhuma instituição com credibilidade no Brasil."


Uma pergunta sobre se estava namorando surpreendeu o ex-presidente. Ele negou o relacionamento e voltou a falar sobre suas pendências jurídicas. "Minha prioridade é cuidar da minha saúde e dos meus processos, que cada dia aparece um."


Eleições


O petista evitou falar sobre a possibilidade de ser impedido de disputar as eleições de outubro. Ao ser instado a falar sobre qual seria o plano B do PT caso isso acontecesse, disse: "Não posso falar em plano B porque nem superei o plano A."


Lula também evitou detalhar como estão as articulações por um vice em sua chapa. Teceu elogios a José Alencar, morto em 2011.


"Nunca mais na humanidade alguém vai ter um vice da qualidade de José Alencar, como eu tive", disse. A respeito da possibilidade de lançar mão de uma parceria agora com o filho de Alencar, Josué, o petista limitou-se a dizer que considera o empresário "um bom quadro".