Em dia de correções, Vale é destaque negativo na B3; dólar recua
Um dia após a divulgação do balanço, as ações da Vale são o grande destaque da bolsa. A ação ON cai 2,11% e é a mais negociada até o momento. O giro alcança R$ 572 milhões, enquanto a segunda mais negociada, Petrobras PN, movimenta R$ 373 milhões. Em todo o pregão de ontem, o volume de negócios da Vale ON atingiu R$ 710 milhões.
Analistas consultados pelo Valor esperavam lucro líquido de US$ 1,58 bilhão, mas a empresa apresentou resultado de US$ 525 milhões. O UBS manteve recomendação de venda do papel, enquanto o Credit Suisse manteve recomendação de compra.
O papel é impactado também por um movimento global de queda das ações de mineradoras, em resposta a dados mais fracos vindos da China. O PMI industrial oficial recuou para 50,3 em fevereiro, ante 51,1 em janeiro. Esse dado ajuda a derrubar também algumas ações de siderurgia, como CSN (-0,19%) e Usiminas (-0,63%).
Gerdau vai na contramão e sobe 2,88%, em reação ao balanço divulgado hoje. Embora o prejuízo tenha superado em muito as estimativas - ficou em US$ 1,38 bilhão, ante expectativa de US$ 89 milhões -, ele foi impactado por um "impairment" de R$ 1,12 bilhão -, a receita líquida ficou em r$ 9,82 bilhões, ante estimativas de R$ 9,47 bilhões.
As ações da Petrobras, que chegaram a subir com força mais cedo, acabou cedendo ao terreno negativo, num movimento classificado de ajuste pelos analistas. O papel ON recuava 0,52% e o PN cedia 0,79%.
No fim da manhã, o papel que passou a liderar as perdas, no entanto, foi Embraer (-5,08%). Segundo operadores, o mercado reage à informação divulgada pelo jornalista Lauro Jardim de que o novo ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, é um adversário da negociação entre Boeing e Embraer para uma criação de uma joint venture. Em reuniões das quais participou sobre o tema, diz o blog do jornalista, como representante do ministério da Defesa, nunca deixou qualquer margem à dúvida sobre sua posição.
Às 13h52, o Ibovespa perdia 1,03% para 86.043 pontos.
Dólar
A última sessão de fevereiro se mostra calma no mercado de câmbio, contrastando fortemente com o começo do mês, quando uma onda de vendas de ações em todo o mundo e a disparada da volatilidade puxou o dólar para máximas acima de R$ 3,30.
Nesta quarta-feira, a moeda americana tem leve queda de 0,14%, a R$ 3,2450. O dólar para abril, já o mais líquido, caía 0,29%, a R$ 3,2446.
O real chega ao fim do mês com um viés mais positivo quando comparado a seus pares, cenário oposto do que prevaleceu ao longo de fevereiro. Essa melhora de desempenho, contudo, não é suficiente para reverter a queda de 2,08% da taxa de câmbio no mês, concentrada principalmente nas duas primeiras semanas.
O intenso começo deste mês deve garantir ao dólar o melhor desempenho ante o real para o período em três anos. E se a história é referência, a moeda americana deve ter em março novo mês de intensa variação.
De nove meses de março a partir de 2009, o dólar variou mais de 2% ante o real em seis. Considerando os 19 meses de março desde 1999 - ano da mudança do regime de câmbio doméstico -, a cotação oscilou mais de 2% em 12.
Os fluxos da safra agrícola, a dinâmica das taxas de juros nos EUA e o noticiário político brasileiro de forma geral devem continuar a mexer com as cotações do dólar aqui no próximo mês.
Para os próximos meses, será importante analisar ainda o diferencial de crescimento do Brasil em relação às principais economias do mundo. Na comparação com os EUA, por exemplo, o período recente deixa clara a correlação entre a queda no diferencial de crescimento econômico e a evolução da taxa cambial.
Com um spread que oscilava em torno de 5 pontos percentuais em 2010 (ou seja, com o Brasil crescendo a taxas 5 pontos percentuais superiores às dos EUA), a taxa de câmbio oscilava em torno de R$ 1,74 por dólar. Seis anos depois, o spread entre as taxas de expansão Brasil-EUA caiu a -5,1 pontos percentuais, enquanto o dólar foi a R$ 3,90.
Amanhã, o IBGE divulgará os dados do PIB brasileiro do quarto trimestre de 2017. E aí novamente se vê uma correlação entre taxa de câmbio e crescimento econômico. Entre 2007 e 2017, em cinco momentos a melhora da curva de crescimento econômico foi acompanhada de apreciação cambial. Mais recentemente, a economia continua melhorando, mas a taxa de câmbio voltou a se depreciar na média de 12 meses. Dado o histórico e os sinais de maior força da atividade econômica, não se descarta que seja questão de tempo para o real voltar a ganhar terreno.
Juros
O ambiente externo abre espaço para queda dos juros futuros nesta quarta-feira. Sem grandes surpresas nos números de atividade dos EUA, os agentes financeiros revertem boa parte dos avanços registrados na véspera quando aumentou a preocupação a respeito do ritmo de aperto monetário do Federal Reserve.
Hoje, a diferença do DI janeiro de 2027 para o DI janeiro de 2021 está em 141 pontos-base, em comparação com 160 pontos antes do anúncio. Já o DI janeiro de 2029 é negociado a 10,040%, ante 10,350%.
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