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Economia brasileira registra variação de 0,09% em fevereiro, afirma BC

16/04/2018 09h04

Depois de começar o ano em terreno negativo, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou breve reação no mês de fevereiro. O indicador teve alta de 0,09%, após queda de 0,65% em janeiro, dado revisado de retração de 0,56%, na série com ajuste sazonal.

A expansão do mês, no entanto, foi menor do que a média das estimativas das instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que sugeria variação positiva de 0,13%. As previsões variavam entre queda de 0,4% a alta de 0,5%.

Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o crescimento acumulado segundo o IBC-Br é de 1,32% na série sem ajuste. Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com fevereiro de 2017, o índice tem alta de 0,66% na série sem ajuste. No ano, a variação é positiva em 1,8%.

O comportamento do indicador no mês de fevereiro foi influenciado pela alta de 0,2% da produção industrial, queda de 0,2% do varejo e variação positiva de 0,1% na receita de serviços no período, segundo as pesquisas mais recentes divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados de atividade mais fracos que o previsto neste começo de 2018 têm promovido revisões para baixo nas estimativas de crescimento. Na sexta-feira, por exemplo, o Itaú cortou a previsão de alta de 1% para o primeiro trimestre para 0,5%, mas manteve em 3% a estimativa para o ano.

Para 2018, o mercado trabalha com um crescimento de 2,76% do PIB, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira. O Ministério da Fazenda projeta 3%. Na avaliação do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, a queda nas projeções é marginal. O Banco Central estima alta de 2,6%.

Na média móvel trimestral, indicador utilizado para captar tendência, o IBC-Br, sem ajuste, cai 1,18% em fevereiro, vindo de retração de 0,88% em janeiro. Na série com ajuste há alta de 0,18% em fevereiro, após avanço de 0,27% em janeiro.

Metodologia

Embora seja anunciado como "PIB do BC", o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o BC , o IBC-Br e PIB são indicadores agregados de atividade econômica com trajetórias similares no médio prazo. Mas há características que os diferenciam tanto do ponto de vista conceitual quanto metodológico.

O IBC-Br, de frequência mensal, permite acompanhamento mais tempestivo da evolução da atividade econômica, enquanto o PIB, de frequência trimestral, descreve quadro mais abrangente da economia.

Além disso, o BC alerta que o processo de dessazonalização pode ampliar diferenças pontuais entre os dois indicadores, o que demanda cautela em comparações nos horizontes mais curtos. No entanto, essas diferenças tendem a se compensar ao longo do tempo, favorecendo as comparações em horizontes mais longos, como a anual.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.