IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Número de empregadas domésticas cai 6,7% no Estado de SP em 2017

18/04/2018 10h40

O número de empregadas domésticas caiu 6,7% em 2017 na região metropolitana de São Paulo, segundo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) em levantamento divulgado nesta quarta-feira. O dado reflete os decréscimos entre as mensalistas sem carteira de trabalho assinada (-10,4%), as diaristas (-9,9%) e, com menor intensidade, as mensalistas com carteira assinada (-1,7%).

As reduções, no entanto, parecem ter ocorrido muito mais pela saída para o desemprego (ou para a inatividade) do que pela migração para outras ocupações, diz a Seade. Ocupações como babá e cuidadora de idosos, que demandam alguma especialização e maior nível de escolaridade e de remuneração, ainda constituem uma pequena parcela do segmento, em torno de 5%.

O estudo, realizado a partir das informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de São Paulo, teve como base apenas a população feminina, já que, enquanto as mulheres representavam pouco menos da metade (46,2%) do total de ocupados da região em 2017, perfaziam quase a totalidade no trabalho doméstico (96,2%), diz a Seade.

Quanto ao perfil das empregadas domésticas, predominam a baixa escolaridade (43,6% possuem apenas o fundamental incompleto), faixas etárias mais elevadas (as trabalhadoras com 40 anos e mais passaram de 29,7% para 72,7%, entre 1992 e 2017), negras (55,4% do total) e com maiores responsabilidades na condução de suas próprias famílias (49,5% são cônjuges e 39,2% chefes no domicílio em que residem). Sobre esse último aspecto, a proporção de empregadas domésticas chefes de domicílio aumentou consideravelmente, de 15,1%, em 1992, para 39,2%, em 2017.

Praticamente não há mais empregadas domésticas que dormem na residência em que trabalham: em 1992 mais de um quinto (22,8%) das domésticas estavam nessa situação, percentual que vem diminuindo desde então, chegando a 1% em 2017.

Em 25 anos, a proporção de empregadas domésticas que residiam no município de São Paulo diminuiu bastante (de 66,8% em 1992 para 59% em 2017), aumentando, portanto, a daquelas que moravam nos demais municípios da região metropolitana (de 33,2% para 41% no mesmo período).

Em relação à jornada de trabalho, em 1992 a média das mensalistas com carteira assinada era de 49 horas por semana e, entre 2016 e 2017, passou de 41 para 40 horas. Já para as domésticas sem carteira assinada a jornada passou de 35, em 2016, para 37 horas por semana, em 2017. Para as diaristas, a jornada permaneceu em 24 horas por semana.

O rendimento médio real ? considerado por hora, devido aos diferenciais de jornada ? das mensalistas com carteira assinada correspondia, em média, a R$ 8,06 por hora e o das diaristas, a R$ 10,84 por hora, em função dos aumentos de 6% e 3,2%, respectivamente, entre 2016 e 2017. Embora o rendimento médio por hora das diaristas seja alto em comparação ao de outras categorias, inclusive ao do total de ocupadas (R$ 10,79), elas apresentam jornada de trabalho mais curta (24 horas por semana, sendo que a do total de ocupadas era de 38 horas semanais), o que faz com que seus rendimentos no mês sejam menores (R$ 1.113 e R$ 1.755, respectivamente).