Dólar fecha a R$ 3,48, maior cotação desde junho de 2016
O mercado de câmbio bateu mais uma marca nesta quarta-feira, dia em que o dólar rompeu pela primeira em vez em quase dois anos a resistência psicológica de R$ 3,50. Perto do fim do pregão, a moeda desacelerou os ganhos, seguindo o exterior, mas ainda assim deixou a sensação de que voltar e se sustentar acima de R$ 3,50 pode ser questão de tempo.
No fechamento, a cotação negociada no mercado spot subiu 0,46%, a R$ 3,4840. É a maior taxa para um encerramento desde 6 de junho de 2016 (R$ 3,4898).
Na máxima intradiária, o dólar foi a R$ 3,5156, pico também desde a mesma data (R$ 3,5284).
Na semana, a divisa salta 2,15%, elevando os ganhos de abril para 5,47%. No ano, a valorização é de 5,15%, enquanto em 12 meses alcança 10,60%.
Alguns indicadores técnicos sugerem que a velocidade da alta recente pode ter sido excessiva. O índice de força relativa (IFR) de 14 dias alcançou 70 nesta quarta-feira. Valores acima desse ponto indicam que um ativo (no caso, o dólar) está excessivamente apreciado.
Apesar de estar entre os piores desempenhos mais recentemente, hoje o real não "sofreu" sozinho. Um índice de divisas emergentes (excluindo a brasileira) caiu ao menor patamar desde dezembro do ano passado. E mesmo moedas fortes perderam terreno. O ICE U.S. Dollar Index - que mede o valor do dólar ante euro e iene, por exemplo - bateu uma máxima desde meados de janeiro deste ano.
O impulso veio a reboque dos "yields" dos Treasuries de dez anos, que estenderam as altas acima do "número mágico" de 3%, movimento que reforça expectativas de migração de capital aos Estados Unidos.
No Brasil, mesmo com a forte alta nas últimas semanas, analistas ainda questionam o espaço para o dólar manter o atual ritmo de valorização. Os profissionais reconhecem que a queda dos diferenciais de juros a mínimas históricas coloca o real em posição mais frágil comparado a seus rivais emergentes. Por outro lado, as saudáveis contas externas e o elevado nível de reservas internacionais limitam apostas de um câmbio sustentavelmente mais fraco.
"Não tenho motivo para acreditar que [a taxa do Treasury de dez anos] vai a 4% ao fim do ano, então mantemos nossa projeção de dólar fechando dezembro em R$ 3,50", diz Adriana Dupita, economista do Santander Brasil.
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