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Mais cedo ou mais tarde estaremos juntos, diz Ciro sobre PT

25/04/2018 00h23

O pré-candidato do PDT à Presidência, ex-ministro Ciro Gomes, disse nesta terça feira que "mais cedo ou mais tarde" estará junto com o PT na disputa eleitoral. Ciro afirmou que "é preciso respeitar" o momento vivido pelo PT, com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 7, mas disse que tem mantido conversas com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e economistas para "criar um ambiente para a fundação de um novo projeto nacional", de centro-esquerda.

Haddad é cotado tanto para substituir Lula como candidato presidencial do PT quanto para ser vice na chapa de Ciro.

"É preciso respeitar o momento do PT, que é de o PT ter candidato, o Lula. Tenho que respeitar isso e respeito verdadeiramente. Evidente que respeitar não significa aceitar essa tática deles e por isso estou tocando a minha charretezinha aqui", afirmou Ciro ao Valor PRO, depois de participar de uma palestra a estudantes universitários na Uninove, em São Paulo. "Tenho vontade de repetir obsessivamente que eu compreendo o momento do PT, respeito o momento do PT e vou tocar a minha banda, meus valores, minhas ideias, minhas propostas e tentar ajudar a construir um caminho para o Brasil. E acredito que mais cedo ou mais tarde estaremos juntos."

Na manhã de segunda-feira, o presidenciável do PDT reuniu-se com Haddad no escritório do ex-ministro Delfim Netto, junto com o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira e os professores Nelson Marconi e José Marcio Rego. Na pauta do encontro estava uma possível aproximação dos partidos de centro-esquerda para disputar a Presidência.

Ciro afirmou que não tratou com Haddad sobre a formação de uma chapa presidencial para disputar o primeiro turno. "Quero de forma bem humorada mas muito seriamente protestar contra o 'bullying' que se está fazendo contra o meu amigo Haddad", disse, em tom de brincadeira. Segundo o presidenciável, o ex-prefeito petista, que é o coordenador do plano de governo do PT, disse que neste momento "não podemos dar um passo adiante" na conversa sobre uma eventual chapa conjunta para o primeiro turno.

"Combinamos que o que tem de ser feito é dar toda força às nossas direções nacionais e às nossas fundações, que já estão operando juntas, com documentos conjuntos e análises de conjuntura e seguiremos trocando ideias sobre essas coisas. Nada de chapa", afirmou. Ciro disse ainda que nas conversas que teve com Haddad o petista "nunca variou um milímetro que não seja seguir a orientação do PT" sobre a disputa presidencial.

O presidenciável elogiou Lula, lembrou de sua amizade antiga com o ex-presidente e afirmou que vai tentar visitá-lo na prisão. Ciro tentou encontrar Lula, mas teve o pedido negado pela Justiça.