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Crise dos combustíveis e risco externo derrubam Ibovespa

25/05/2018 18h04

A preocupação do investidor com a escalada da crise dos combustíveis no Brasil, combinada com uma maior percepção de risco no exterior, colocou o Ibovespa de volta aos patamares de janeiro e levou o índice ter a sua pior semana desde o escândalo envolvendo os donos da JBS e Michel Temer.

O Ibovespa encerrou hoje em queda de 1,53%, aos 78.898 pontos, menor nível desde 10 de janeiro deste ano. Na mínima do dia, o índice chegou aos 78.622 pontos. Na semana, a queda da bolsa foi de 5,04%, a pior desde a semana encerrada no dia 18 de maio de 2017, quando a delação de Joesley Batista, controlador da JBS, levou a uma baixa de 8,18%.

Entre os destaques do dia, a Petrobras ON (-0,73%) e a Petrobras PN (-1,39%) até ameaçaram uma recuperação depois do tombo de ontem, mas acabaram dando vazão à leitura de risco do investidor, que se preocupa com a escalada da crise deflagrada pela greve dos caminhoneiros.

"Consideramos que os riscos políticos justificam correção do preço da ação e vínhamos reduzindo a exposição no fundo", afirma Frederico Sampaio, chefe da área de renda variável da Franklin Templeton, em comunicado. "Contudo, o movimento recente é excessivo."

A preocupação do mercado com os aspectos fiscais cresceram muito porque, para acabar com a paralisação, os caminhoneiros exigem uma série de cortes de impostos que comprometem a arrecadação federal. Além disso, há uma leitura de crescimento da instabilidade política, depois que o presidente Michel Temer autorizou o uso das Forças Armadas para desmobilizar a greve.

Em um contexto de exterior já menos favorável à tomada de risco, o investidor continuou hoje reduzindo exposição à bolsa, e todos os grandes papéis acabaram sofrendo com isso: Itaú Unibanco caiu 0,88%, Banco do Brasil cedeu 2,08%, Bradesco ON recuou 2,09% e Bradesco PN perdeu 1,99%.

A greve dos caminhoneiros atinge o Brasil de maneira generalizada, mas alguns papéis começam a colocar no preço de forma mais acentuada as preocupações. É o caso das siderúrgicas, que lideraram as perdas do dia, com Usiminas PNA (-6,15%) e CSN (-5%) em destaque. O desbastecimento vem afetando a entrega dos pedidos de grandes clientes das siderúrgicas, como o setor automotivo e de distribuição.