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Governo diz que "venceu" a greve dos caminhoneiros

28/05/2018 14h08

(Atualizada às 14h21)Após nova reunião no Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta segunda-feira (28) que o governo saiu vitorioso das negociações com as lideranças de caminhoneiros. Mas admitiu que ainda há bloqueios nas rodovias e que as desobstruções são lentas.

"Ainda não é aquilo que gostaríamos que acontecesse. O movimento ainda é lento. Mas estamos aqui para dizer que vencemos a negociação com os caminhoneiros", disse Padilha, em entrevista coletiva, acompanhado dos ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).

"Os caminhoneiros foram bem sucedidos nas negociações e tiveram as reivindicações atendidas pelo governo. Agora, por certo, esperamos que a outra parte também cumpra com a sua. E eles já começaram a cumprir, é bom que a gente diga isso."

Padilha citou dados atualizados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), segundo os quais de um total de 1,2 mil bloqueios ao longo da semana já foram liberados 728, o equivalente a 56%. "Nossa preocupação maior é com o processos de abastecimento. Nosso compromisso é normalizar o abastecimento."

O ministro Marun também comemorou o resultado das negociações com os caminhoneiros. "As coisas precisam de um tempo para se amoldarem às decisões que já foram tomadas pelo governo. É um excelente acordo para os senhores caminhoneiros, que foi obtido também pelo apoio da sociedade ao movimento", declarou, lembrando que os caminhoneiros precisam que voltar a trabalhar.

Por fim, o ministro Etchegoyen enfatizou que os principais aeroportos foram abastecidos com combustível, hospitais de Brasília estão recebendo insumos para tratamentos de hemodiálise e o abastecimento de termelétricas de Rondônia e Roraima está sendo normalizado.

"O que estamos garantindo aos caminhoneiros é segurança em seu deslocamento. E estamos atuando para identificar aqueles que estejam se aproveitando desse momento bastante crítico e dramático na área do abastecimento", disse Etchegoyen.

Infiltrados

Padilha afirma que os órgãos de inteligência do governo identificaram "muitas infiltrações" de pessoas que não são caminhoneiros no movimento de greves. Segundo ele, há "interesse político" de manter as paralisações.

"Pessoas se infiltraram no movimento dos caminhoneiros, com finalidade política para tentar impedir que a mobilização seja levantada. Nosso serviço de inteligência está cuidando desse assunto", afirmou.De acordo com o ministro da Casa Civil,"a PRF conhece as estradas onde trabalha, conhece quem é líder dos caminhoneiros e sabe quem infiltra. Estão mapeando mas não querem cometer injustiças".

"Vamos separar quem infiltra dos caminhoneiros para que a categoria possa voltar a trabalhar. O abastecimento não pode correr risco", disse Padilha.

Etchegoyen afirmou que não tem havido relatos das forças policiais de acasos de violência nas desobstruções de estradas. "Não temos um episódio a lamentar do suo excessivo da violência, salvo em alguns momentos em que a presença de aproveitadores têm tentando incitar", disse Etchegoyen.

"Temos uma experiência enorme. A PRF fala a linguagem do caminhoneiro, lida com essa gente diariamente. Tudo que conseguimos foi por negociação", disse Etchegoyen.