Consumo de energia na indústria em maio é abalado pela greve
A greve dos caminhoneiros, ocorrida nas últimas duas semanas de maio, provocou a queda de 2,4% do consumo de energia dos principais setores industriais do país no mesmo período, de acordo com nota divulgada nesta segunda-feira (18) pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O consumo de energia em todo o país, durante o mês de maio, segundo a instituição, ficou estagnado, em relação à demanda em igual período de 2017.
Com relação às duas últimas semanas de maio, os segmentos que sentiram os maiores efeitos da greve foram o alimentício (queda de 39,5% do consumo de energia no período), bebidas (-31%), veículos (-28,6%), manufaturados diversos (-24,2%), madeira, papel e celulose (-22,7%) e de minerais não metálicos (-21,6%).
Segundo a CCEE, ao analisar o período anterior ao de maior impacto da paralisação, entre 1º e 22 de maio, estes mesmos segmentos apresentaram aumento no consumo de energia: alimentícios (+1,5%), bebidas (+7%), veículos (+5,7%), manufaturados diversos (+3,3%), madeira, papel e celulose (+6,4%) e minerais não metálicos (4,7%), "o que confirma o impacto significativo da greve no desempenho da indústria no último mês", afirmou.
Junho
Dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que o consumo de energia no início deste mês ainda não retornou ao patamar do período anterior à greve dos caminhoneiros, ocorrida nas últimas semanas de maio.
O cenário está em linha com reportagem publicada hoje peloValorde que a retomada da atividade econômica do país, depois do fim da paralisação dos caminhoneiros, está mais lenta do que se previa.
De acordo com a CCEE, entre 1º e 12 de junho, o consumo de energia no país alcançou 57.143 megawatts (MW) médios. O volume é 6,11% inferior ao consumo contabilizado entre 1º e 8 de maio (60.864 MW médios).
Na comparação acima, porém, o período considerado em junho inclui dois fins de semana, enquanto o período de maio incluía apenas um fim de semana, dias em que o consumo de energia é significativamente menor. No entanto, comparando o consumo dos primeiros 12 dias de junho com a primeira quinzena completa de maio (com dois fins de semana), quando o consumo atingiu 60.959 MW médios, a queda é ainda maior: 6,25%.
Considerando apenas o mercado livre de energia, que engloba basicamente o consumo das indústrias, nos 12 primeiros dias de junho, o consumo foi de 17.075 MW médios, com queda de 7,76% ante a primeira quinzena de maio (18.512 MW Médios).
Na comparação anual, o consumo de energia total no país de 1º a 12 de junho é 3,2% inferior em relação a igual período de 2017. Na mesma comparação, a queda de consumo apenas no mercado livre foi de 3,6%.
Em reportagem publicada hoje, oValorinformou que a retomada do setor produtivo depois do fim da greve dos caminhoneiros está mais lenta do que o previsto. Dados preliminares do Estado de São Paulo sinalizam atividade ainda fraca da indústria e do comércio na primeira quinzena de junho, indicativo de que a volta à normalidade ainda é gradual.
(Colaborou Hugo Passarelli, de São Paulo)
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