Confiança industrial tem maior queda em 3 anos, diz FGV
Os efeitos negativos da paralisação dos caminhoneiros levaram a confiança industrial a sinalizar, em junho, a queda mais intensa em quase três anos. É o que mostrou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na prévia da Sondagem da Indústria no mês.
O resultado preliminar do Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pelo seu Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), mostrou queda de 1,4 ponto entre maio e junho, para 99,7 pontos. Se confirmado, seria a taxa negativa mais intensa desde outubro de 2016 (-1,8 ponto). Mas a magnitude do recuo não indica necessariamente tendência negativa do indicador para os próximos meses, afirmou Tabi Thuler, coordenadora da pesquisa.
Na prática, o indicador já apresenta, em junho, intensa volatilidade, por conta da proximidade da corrida presidencial, que confere maior incerteza ao cenário político e de condução de política econômica. O fator político a influenciar o humor do industrial já era esperado, mas não os impactos na cadeia produtiva da paralisação dos caminhoneiros realizada no fim de maio, notou a pesquisadora.
Tabi Thuler lembra que, agora, governo e caminhoneiros discutem tabela de fretes, algo que afeta a logística da cadeia produtiva, o que tornaria mais longos os desdobramentos, na economia, da paralisação da categoria. É preciso esperar os próximos resultados para saber a tendência futura do indicador, afirma.
A especialista comentou que a volatilidade a influenciar o indicador é tão grande que é possível que a prévia de hoje não represente o resultado final da sondagem, a ser divulgado em 29 de junho. Ela comentou que o impacto da greve - que, devido a bloqueios nas estradas provocou crises de desabastecimento em diferentes pontos de venda no país -, acabou por derrubar as avaliações sobre momento presente do empresariado. Nos dois sub-indicadores componentes do ICI, a prévia do Índice de Situação Atual (ISA) caiu 6,2 pontos entre maio e junho, para 94,4 pontos.
Essa piora na avaliação atual foi a principal responsável pelo recuo do ICI. Isso porque o Índice de Expectativas (IE) sinalizou aumento de 3,3 pontos no período, para 104,9 pontos. "Não é que os empresários estejam otimistas em relação ao futuro. O caso é que eles esperam que os cenários de junho, julho e agosto sejam melhores do que os dos meses anteriores", afirmou ela.
A técnica observou ser possível que, até o fim do mês, o recuo do ISA pode se suavizar, com arrefecimento do impacto da greve dos caminhoneiros e possível resolução entre categoria e União sobre tabela dos fretes. Isso na prática poderia diminuir a magnitude da queda da confiança industrial no resultado final do índice. Por outro lado, o cenário também poderia se deteriorar ainda mais, com novos desdobramentos da greve e impasse entre caminhoneiros e governo sobre os fretes, admitiu ela.
"É muita volatilidade junta", disse, acrescentando que, hoje, não há como saber a tendência futura do indicador.
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