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Ibovespa tem leve alta com Vale e Petrobras; dólar oscila pouco

22/06/2018 13h48

Após uma abertura amplamente positiva, em que chegou a romper os 71 mil pontos, o Ibovespa perdeu força a partir de 10h30, influenciado pela atuação dos investidores estrangeiros. Contudo, o bom desempenho dos papéis de Vale e Petrobras dá suporte e permite ao índice continuar no campo positivo, embora com menor intensidade.

Por volta de 13h45, o Ibovespa avançava 0,29%, aos 70.278 pontos. Nos primeiros minutos de pregão, o índice chegou a avançar 1,4% e atingir o nível de 71.058 pontos, mas, no pior momento do dia, tocou o território negativo, em queda de 0,24%, aos 69.907 pontos.

"Quando abriu lá fora, veio um pouco de venda dos estrangeiros. Mas esse efeito foi cortado bem rápido", diz um operador que prefere não ser identificado. Petrobras PN (+0,86%) e Petrobras ON (+0,74%) conseguem se sustentar em alta, num dia de forte fluxo de notícias atingindo a empresa.

Ontem, a estatal foi derrotada num julgamento bilionário no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e, caso a decisão não seja revertida, terá que desembolsar R$ 17 bilhões para corrigir as remunerações de 51 mil empregados. "Mas ainda cabe recurso, e isso acalmou o mercado", diz o operador.

O fato de a Petrobras já ter afirmado que não vai provisionar as possíveis perdas com o processo também faz com que os investidores relativizem o potencial negativo da derrota, diz o operador, uma vez que a empresa não terá nenhum impacto financeiro no curto prazo. "Caso provisionasse, o mercado já começaria a fazer contas sobre o prejuízo nos próximos trimestres".

Por fim, o operador ainda destaca que a questão da cessão onerosa continua influenciando os papéis da empresa. Um estudo da UFRJ mostra que a venda de 70% do direito de exploração dos 5 bilhões de barris previstos no contrato de cessão onerosa poderia render, ao menos US$ 28 bilhões à Petrobras.

"O mercado antecipou as notícias negativas ontem, o atraso na votação dos destaques da cessão onerosa deixou o pessoal um pouco chateado", diz. "Mas a possibilidade de receber em dinheiro é positiva, e o mercado hoje está olhando para isso".

As demais blue chips do Ibovespa também tem um dia positivo, com destaque para Vale ON (+1%). Os bancos operam em alta, embora as ações apresentem desempenhos distintos: Bradesco PN (+1,2%) e units do Santander (+1,1%) avançam com mais intensidade, enquanto Banco do Brasil ON (+0,6%) e Itaú Unibanco PN (+0,03%) ficam mais perto da estabilidade.

Atenção também para o giro financeiro do índice, que soma apenas R$ 2,6 bilhões até o momento ? nesse ritmo, o pregão movimentará R$ 5,7 bilhões ao fim do dia. Petrobras PN, sozinha, responde por R$ 448 bilhões do volume, ou 17% do total do Ibovespa.

Dólar

O mercado brasileiro de câmbio tem um dia de liquidez reduzida nesta sexta-feira. Os negócios com dólar futuro, segmento mais líquido no país, giram com quase um terço a menos de volume que nos últimos dias. Profissionais de mercado comentam o sinal de cautela prevalece nas operações por aqui, o que mantém o real com um desempenho pior que boa parte dos emergentes.

Por volta das 13h45, o dólar comercial era negociado a R$ 3,7629, numa leve alta de 0,02% no mercado de balcão. Com isso, a moeda brasileira tem a quarta pior colocação numa lista de 33 divisas globais, destoando da valorização dos principais emergentes. Rublo russo, peso argentino e peso mexicano registram ganhos de mais de 1% contra o dólar.

No mercado futuro, o contrato de dólar para julho tinha leve baixa de 0,11%, a R$ de 3,7685. Esse segmento de mercado, considerando todos os vencimentos, opera com volume financeiro de menos de R$ 100 milhões por minuto, abaixo dos R$ 127 milhões dos últimos dois dias.

Para operadores de mercado, o desempenho do câmbio brasileiro indica que o risco de uma espiral de alta no dólar não está totalmente afastado. Até por isso, a disposição do Banco Central em intervir com contratos de swap cambial não deve ser alterada, embora o ritmo de ofertas líquidas possa mudar conforme a necessidade de cada dia. "O BC deve ficar na base da surpresa, vai intervir sem aviso prévio quando e como achar necessário", diz o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

A atuação da autoridade monetária, na avaliação dos especialistas, se faz necessária pelo nível de incertezas no radar, o que tenderia a exercer demanda por proteção no dólar. Isso, por sua vez, levaria a cotação para cima, com risco de deixar o mercado "disfuncional". As dúvidas com a cena política acabam ficando no centro desse pano de fundo mais negativo. A questão política, diz Galhardo, tira a previsibilidade sobre qualquer cenário econômico.

Juros

Em dia de agenda esvaziada e jogo do Brasil na Copa do Mundo, os contratos de juros futuros oscilaram durante a manhã com liquidez reduzida na B3. Logo após a abertura do mercado, as taxas chegaram a apresentar queda seguindo a baixa do dólar e o cenário externo positivo. Mas, há pouco, voltavam a avançar.

DI janeiro/2019 era negociado a 7,030%, ante 7,04% no ajuste de ontem. DI janeiro/2025 tinha taxa de 11,910%, de 11,89% ontem.