Volkswagen suspende demissões e funcionários encerram greve, diz sindicato
Os funcionários da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) aprovaram, por unanimidade, o fim da greve iniciada há dez dias, após assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (16).
A montadora readmitiu os 800 trabalhadores da Unidade Anchieta demitidos no início do ano e eles voltarão ao trabalho na segunda-feira, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Os funcionários presentes na assembleia aprovaram um acordo com a empresa válido até 2019. Segundo o sindicato, ele garante os empregos durante esse período e estabelece reajuste no salário a partir de 2016 de acordo com a inflação baseada no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
A partir de 2017, o salário também terá um reajuste de 1% acima da inflação. No ano que vem, esse valor será recebido em forma de abono, afirma o sindicato.
Neste ano, a correção da inflação e o ajuste de 2% acima dela, que estava previsto em acordo anterior, serão pagos em forma de abono, que deve ser pago na terça-feira, dia 20.
Volkswagen anuncia programa de demissões voluntárias
Em nota, a Volkswagen não cita a reintegração dos 800 funcionários, mas afirma que "vê com satisfação a aprovação do novo Acordo Coletivo".
Segundo a empresa, a redução do número de trabalhadores deve seguir por meio de outras medidas, como programas de demissão voluntária e substituição de funcionários terceirizados temporários por trabalhadores da Volks.
"O resultado contempla a continuidade dos mecanismos de adequação de efetivo por meio de Programas Voluntários, com incentivo financeiro, e também “desterceirizações” temporárias para alocação de parte do excedente de pessoal, entre outras medidas", diz a nota.
O acordo, segundo a montadora, também prevê a chegada de novos modelos de carros a serem produzidos no Brasil.
Setor cortou 12,4 mil vagas no ano passado
No ano passado, as montadoras cortaram 12,4 mil vagas, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Só entre novembro e dezembro, foram 1.500 cortes. O setor terminou 2014 com 144,6 mil trabalhadores empregados. Um ano antes, as montadoras empregavam 157 mil pessoas.
Os cortes aconteceram apesar de um acordo feito com o governo para manter a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em contrapartida, as montadoras se comprometeram a reduzir preços e não demitir funcionários.
O corte do IPI foi anunciado em maio de 2012, entre as medidas para tentar estimular a economia brasileira em meio à crise global. A proposta era que o governo, aos poucos, aumentaria o imposto, até retornar ao nível original. Isso, no entanto, foi sendo adiado sucessivamente e só aconteceu agora, no começo de 2015.
As montadoras alegam que foi cumprido o combinado, uma vez que os cortes foram gerados por programas de demissão voluntária, fechamento de vagas por aposentadoria, fim de contratos temporários e acordos com sindicatos.
A redução do imposto ajudou a manter as vendas de veículos em alta até 2012, mas, nos dois anos seguintes, o setor teve queda nas vendas. A expectativa é de que a tendência se mantenha em 2015.
(Com agências)
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