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Economia dos EUA tem sólido crescimento no terceiro trimestre

25/11/2014 18h53

WASHINGTON, 25 Nov 2014 (AFP) - A economia americana cresceu mais do que o previsto no terceiro trimestre, confirmando a reativação iniciada no segundo trimestre, com um crescimento que a separa da estagnada zona do euro e do Japão.

De acordo com a segunda estimativa do Departamento de Comércio, publicada nesta terça-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 3,9% em termos anuais no período julho-setembro, uma revisão de 0,4% para cima com relação à primeira estimativa, que o situava em 3,5%. Os analistas esperavam uma revisão para baixo, a 3,2%.

"Depois da crise financeira, a economia americana cresceu em um ritmo mais forte do que a maior parte das demais economias do mundo, e esses dados demonstram que os Estados Unidos continuam liderando a recuperação mundial", afirmou em um comunicado o presidente do Círculo de conselheiros econômicos da Casa Branca, Jason Furman.

Os últimos dados do terceiro trimestre representam, no entanto, uma pequena desaceleração em relação ao aumento do PIB no segundo trimestre, quando houve um crescimento de 4,6% (termos anuais), após a contração observada no primeiro trimestre (-2,1%), como consequência de um inverno excepcional.

"Esta revisão põe em evidência a economia americana em relação à Europa e ao Japão, que estão perto da estagnação", destacou Jennifer Lee, analista da BMO Capital Markets.

Também reativam o debate sobre a data do primeiro aumento das taxas de juros do Federal Reserve (Fed). "Esse crescimento inevitavelmente nos leva a perguntar se o Fed elevará suas taxas antes, possivelmente durante o primeiro semestre de 2015", considerou Chris Williamson, analista da Markit.

As taxas básicas de juros, que se mantêm próximas de zero desde o final de 2008, deveriam ser ajustadas pela primeira vez em meados de 2015, de acordo com as previsões dos analistas.

No final deste terceiro trimestre, o Fed considerou que a economia é agora sólida o suficiente e decidiu encerrar seu programa de compra de ativos, destinado a apoiar a reativação.



- Confiança dos consumidores decepciona -

Essa revisão no terceiro trimestre reflete um aumento dos gastos do consumo um pouco maior do que o previsto em comparação com a primeira estimativa (+2,2% em vez de +1,8%) e, principalmente, um aumento acima do esperado dos investimentos (+5,1% contra +1%).

O consumo, que representa dois terços do PIB americano, contribuiu, assim, com mais de 1,5 ponto para o crescimento. Os consumidores gastaram mais em bens duráveis (+8,7%).

No que se refere aos investimentos, os realizados pelas empresas subiram 7,1%, enquanto os investimentos dos particulares superaram as primeiras previsões, com alta de 2,7% em vez de 1,8%.

O incremento das exportações, inicialmente estimado em 7,8%, foi revisado para baixo, a 4,9% assim como os gastos públicos, que finalmente subiram 4,2% contra 4,6% estimado antes.

Apesar do sólido crescimento, o otimismo das famílias americanas, medido pelo instituto Conference Board, e publicado na terça-feira, caiu em novembro (88,7 pontos contra os 94,5 previstos). Os consumidores se mostraram menos otimistas sobre as perspectivas econômicas e o mercado de trabalho.

"É estranho", opinou o economista independente Joel Naroff. "Existem todas as razões - exceto uma - para acreditar que os consumidores deveriam ser mais otimistas e essa razão é a ausência de aumento dos salários", explicou.

Outros analistas estimam que o próximo trimestre não deve ser tão dinâmico, apesar de a primeira economia mundial ter registrado seus melhores trimestres consecutivos desde 2003.

"As perspectivas para o quarto trimestre não são tão positivas", afirmou Steven Ricchiuto, chefe de economistas para os Estados Unidos da Mizuho USA. "A produção automotora está em queda há três meses e a apreciação do dólar poderá pesar sobre o comércio exterior", advertiu.

O Departamento de Comércio divulgará sua terceira e última estimativa de crescimento do terceiro trimestre no dia 23 de dezembro.



vmt ja/cc-mvv