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Bitcoin despenca 57% em seis meses e já tem menor valor em quase um ano

10/05/2022 10h42Atualizada em 10/05/2022 12h26

O bitcoin perdeu seus ganhos dos últimos meses em maio e nesta terça-feira (10) a cotação ficou abaixo de US$ 30 mil, como parte de uma tendência do mercado de tomar distância de ativos de risco devido à incerteza provocada pela guerra na Ucrânia.

O bitcoin, que é a principal criptomoeda do mundo, de acordo com o valor de mercado, viu sua cotação cair a US$ 29.764 nesta terça-feira, menor nível desde julho de 2021.

O valor representa uma perda de 57% do valor na comparação com recorde registrado em novembro de 2021.

A queda implica que a maioria dos fundos e pessoas que investiram em bitcoin nos últimos meses estão com prejuízo.

Outras criptomoedas também não ficaram imunes à tendência, com o mercado em seu conjunto avaliado em quase US$ 1,5 trilhão, contra US$ 3 trilhões investidos no principal momento do setor, segundo os dados da Coingecko, que registra mais de 13 mil criptomoedas.

Prudência, lockdown e juros

A queda no setor está vinculada à prudência dos investidores pelo temor relacionado à guerra na Ucrânia, o confinamento na China e a adoção de uma política monetária restritiva nos Estados Unidos.

A tendência afeta ainda os títulos das empresas de tecnologia, cujo desempenho foi beneficiado pelas políticas monetárias expansivas durante a pandemia.

"A correlação do bitcoin com a Nasdaq", o índice da Bolsa americana para o setor de tecnologia, "está no máximo", destacaram os analistas especializados em blockchain do portal Kaiko.

Com a volatilidade dos criptoativos é difícil projetar qual será a evolução do bitcoin.

Em 2021, o bitcoin ficou temporariamente abaixo dos US$ 30 mil em junho e julho, antes de voltar a ganhar força e atingir o máximo histórico em novembro, a US$ 69 mil

Um indício da importância do setor: nos últimos anos dois países, El Salvador e a República Centro-Africana adotaram esta moeda como divisa oficial, apesar das críticas dos organismos financeiros internacionais.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou que o país aproveitou a desvalorização para comprar mais criptomoedas, adicionando 500 unidades a seu fundo.

Desde sua criação em 2009, a criptomoeda se desenvolveu em um contexto de taxas de juros muito reduzidas.

Agora, o Banco Central americano alertou sobre futuros aumentos da taxa básica de juros para conter a inflação.