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Marca suíça de relógios Maurice Lacroix está à venda por valorização do franco

Jan-Henrik Förster

13/07/2015 16h08

(Bloomberg) - A desaceleração dos relógios suíços fez mais uma vítima.

Maurice Lacroix, uma marca que fornece 90.000 relógios por ano, foi colocada à venda por sua proprietária, a DKSH Holding AG, depois que a valorização repentina do franco suíço e a queda da demanda proveniente da Ásia afetaram a empresa. A DKSH busca encontrar um comprador para a unidade neste ano, disse Dominique Nadelhofer, porta-voz, em entrevista por telefone nesta segunda-feira.

Os relógios Maurice Lacroix estão sendo vendidos com descontos que chegaram a 66 por cento do preço de lista em um modelo masculino de US$ 8.760 na Amazon.com. O consumo fraco na China, que responde por um quarto da demanda mundial de bens de luxo, prejudicou as ações de empresas europeias de itens luxuosos, disse o Goldman Sachs em uma nota aos investidores.

"A marca é boa, mas opera em um segmento de preços competitivo e no varejo não tem a força dos grandes grupos relojoeiros", disse Jon Cox, analista da Kepler Cheuvreux. Ele estima que a fabricante de relógios provavelmente tenha um valor de cerca de 100 milhões de francos (US$ 105 milhões) e uma receita anual de aproximadamente 70 milhões de francos.

Abandonar a produção

A DKSH pretende sair da produção para se concentrar em sua atividade principal, que consiste em ajudar clientes a se expandirem na Ásia em setores como bens de consumo, tecnologia e produtos farmacêuticos. A companhia vai continuar oferecendo marketing e outros serviços no setor de produtos de luxo, disse o CEO Jörg Wolle em uma ligação com repórteres.

A companhia tem sido abordada por vários interessados na Maurice Lacroix nos últimos anos, disse ele, acrescentando que "tem certeza de que a marca vai encontrar um novo lar dentro de um grupo maior".

A DKSH disse que sua unidade de bens de consumo teve que pagar uma taxa única de 59,4 milhões de francos relativa a baixas contábeis e custos no setor de itens de luxo no primeiro semestre. Isso ocorreu após "muitos anos de rentabilidade acima da média" para essas atividades, disse a companhia. A reestruturação vai impulsionar os lucros em 2016, disse a empresa com sede em Zurique em um comunicado.

As ações chegaram a cair 3,4 por cento. O lucro operacional da DKSH no primeiro semestre aumentou 6,2 por cento, para 139,5 milhões de francos, e ficou abaixo das estimativas dos analistas de 142,8 milhões de francos.

A unidade de luxo também inclui a marca Glycine e uma joint venture com a Davidoff. A DKSH poderia vender tudo como um pacote ou em partes separadas, disse Wolle.

A Swatch Group AG, a maior fabricante de relógios da Suíça, não está interessada em comprar a Maurice Lacroix, de acordo com a porta-voz Beatrice Howald.

"Já temos todas as marcas de que precisamos", disse ela.

Título em inglês: 'Swiss Watch Brand Maurice Lacroix Up for Sale on Franc Surge (1)'

Para entrar em contato com o repórter: Jan-Henrik Förster, em Zurique, jforster20@bloomberg.net