Decisão de Dino impacta pauta econômica já no início de 2025
A decisão desta segunda-feira (23) do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, sobre as emendas parlamentares, adiciona incertezas sobre o cenário econômico de 2025.
Apesar de estarmos no recesso parlamentar, o que significa que nenhuma decisão será tomada pelo Congresso no curto prazo, já há um impacto considerável contratado para o início do ano legislativo em fevereiro.
Por tensionar novamente a relação entre os poderes, Legislativo, Judiciário e Executivo, a decisão de Flávio Dino dificulta a articulação de qualquer debate.
O primeiro impacto será sobre o Orçamento 2025. O PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) já deveria ter sido aprovado em 2024, mas não foi justamente em função do impasse sobre as emendas instalado desde agosto, quando o ministro do STF fez a primeira suspensão de pagamento das emendas parlamentares.
Sem o PLOA aprovado, o Executivo só pode executar 1/12 do Orçamento por mês, o que dificulta a execução de políticas públicas.
Outras medidas econômicas, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha acima de R$ 5.000, ainda não enviada pelo governo, não devem ser sequer analisadas enquanto estiver em curso uma investigação da Polícia Federal mirando os líderes do Congresso Nacional, sobre a liberação das emendas de comissão de 2024.
O tamanho do impacto na pauta econômica vai depender de como a PF conduzirá o inquérito (com mais ou menos holofotes) e de como vão se comportar os demais ministros do STF, que até agora têm apoiado Flávio Dino nas suas decisões sobre as emendas.
Apesar de a decisão de Flávio Dino impactar diretamente a cúpula do Congresso, ela também tem desdobramentos sobre o Executivo.
Além do atraso na análise das pautas econômicas, como já vimos acontecer na aprovação do pacote fiscal do governo, o Executivo pode ter que responder por ter participado da liberação das emendas alvo de Dino após um parecer de força executória da AGU (Advocacia-Geral da União), de 10 de dezembro.
O Planalto deve continuar com a mesma conduta, a de cumprir as decisões do STF e tentar resolver politicamente as tensões entre os Poderes.
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