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'Há toneladas de oferta': analista prevê queda do minério de ferro

Jasmine Ng

19/08/2015 14h48

(Bloomberg) - Os preços do minério de ferro correm o risco de voltarem a cair porque a oferta mundial continua aumentando e a desaceleração da China restringe a demanda do maior usuário, segundo Erik Norland do CME Group Inc.

Uma recuperação para mais de US$ 50 por tonelada ocorrida neste mês provavelmente seja temporária e há potencial para uma queda para abaixo de US$ 50 caso a economia da China se deteriore, disse Norland, economista sênior da maior bolsa de futuros do mundo.

Os preços do minério de ferro foram empurrados em ambas as direções neste ano, despencando para seu nível mais baixo em pelo menos seis anos no começo de julho antes de voltarem para um mercado altista com um rali. As maiores companhias mineradoras do mundo, dentre elas a Rio Tinto Group da Austrália e a Vale SA do Brasil, estão tentando aumentar a produção para impulsionar as vendas e cortar custos, apesar de o crescimento da demanda na China estar estancado. Os preços poderiam recuar 30 por cento nos próximos 18 meses, segundo o Goldman Sachs Group Inc.

"Há toneladas de oferta, estoques enormes e especialmente uma demanda em desaceleração, sobretudo, na China", disse Norland em uma entrevista em Cingapura na terça-feira, sem dar uma previsão específica de preços. "Há potencial para que talvez o minério de ferro, depois de se consolidar durante um período, baixe".

O minério com 62 por cento de conteúdo enviado para Qingdao caiu 0,9 por cento, para US$ 56,41 por tonelada seca na quarta-feira, segundo a Metal Bulletin Ltd. Embora os preços tenham aumentado 28 por cento desde que tocaram seu menor valor com US$ 44,59 em 8 de julho, um recorde em dados que remontam a maio de 2009, eles ainda estão 21 por cento mais baixos neste ano.

A produção de aço da China, a maior produtora do mundo, diminuiu 1,8 por cento, para 476 milhões de toneladas nos primeiros sete meses de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do governo. O país desvalorizou o yuan na semana passada, medida que, segundo o Goldman, forneceu mais uma prova do desaquecimento.

"A economia da China está de fato desacelerando mais" disse Norland, cuja análise não necessariamente reflete as opiniões da CME Group. "Há motivos para estar preocupado".

Título em inglês: ''There's Tons of Supply': Iron Ore seen Lower by CME's Norland'

Para entrar em contato com a repórter: Jasmine Ng, em Cingapura, jng299@bloomberg.net