Jovens começam a impulsionar mercado imobiliário dos EUA
(Bloomberg) -- Não faz muito tempo, era moda perguntar se algum dia a atual geração de jovens iria sair do porão da casa dos pais e entrar no escritório de um corretor de imóveis. O entusiasmo com essa perspectiva, que ganhou muita exposição em 2012, perdeu força à medida que o acesso a hipotecas se tornou mais fácil e a chamada geração Y insistiu que, na verdade, realmente quer uma casa própria.
Uma série de relatórios publicados ontem deveria dissipar ainda mais a ideia de que os jovens são alérgicos a possuir uma casa.
Metade dos compradores de casas nos EUA tem menos de 36 anos, informa a Zillow, com base em uma pesquisa com 13.000 participantes, e 47 por cento das aquisições corresponderam a pessoas que compraram seu primeiro imóvel. Esse grupo responde por 52 por cento dos compradores potenciais que planejam adquirir uma propriedade em 2017, segundo os resultados de outra pesquisa, publicada hoje pela Realtor.com. Quando a empresa fez a mesma pesquisa no ano passado, concluiu que apenas 33 por cento dos potenciais compradores estavam em busca de sua primeira casa.
Parece que os jovens ficarão com uma fatia maior do mercado imobiliário dos EUA.
Acima de tudo, trata-se de uma questão de matemática básica e bom senso.
O grupo que compra uma casa pela primeira vez sempre representou uma parte maior das aquisições de imóveis, e a mediana de idade dele gira em torno de 33 anos. Na época em que pessoas sérias tinham medo de que os jovens dos EUA, sobrecarregados de dívida por causa dos empréstimos estudantis e apaixonados pela vida urbana, tivessem abandonado a meta de comprar uma casa, os integrantes mais velhos dessa geração simplesmente não tinham atingido a idade que, historicamente, a maioria dos americanos comprou sua primeira casa.
Agora, a geração Y está chegando aos melhores anos para comprar a primeira casa e aumentam as evidências de que os jovens estão se tornando a força dominante do mercado imobiliário dos EUA.
Nos anos posteriores à crise financeira global, que começou com créditos baratos, era difícil preencher os requisitos para conseguir uma hipoteca. Nos EUA, a geração Y tem mais dívidas por empréstimos estudantis do que os americanos mais velhos, embora seja difícil determinar em que grau isso impede a compra de uma casa. A probabilidade de que famílias americanas morem de aluguel é maior hoje do que nos últimos 50 anos, e a tendência a não comprar casas surgiu entre os jovens.
Mas a geração Y, apesar de tudo o que se lê sobre o que ela gosta e não gosta, o que quer e não quer comprar, é feita de pessoas, e nos EUA elas têm uma longa tradição de preferir os benefícios da casa própria -- como estabilidade, valorização de preços e créditos fiscais.
Os jovens apareceram no mercado imobiliário mais tarde do que alguns esperavam. Agora, estão compensando o tempo perdido.
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