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Índice da Bloomberg mostra onde é mais barato comprar drogas

Vincent Del Giudice e Wei Lu

12/01/2017 11h11

(Bloomberg) -- Entregar-se semanalmente a um hábito de consumo de drogas, bebidas alcoólicas e cigarros pode custar apenas US$ 41,40 no Laos e impressionantes US$ 1.441,50 no Japão, de acordo com o Bloomberg Vice Index.

A Bloomberg comparou o preço de uma cesta de itens -- tabaco, álcool, anfetamina, cannabis, cocaína e opióides -- em mais de 100 países em relação aos EUA, onde sua dose de vícios chega a quase US$ 400, cerca de um terço da renda semanal.

Em termos de custos absolutos, os preços mais baratos podem ser encontrados no Congo, em Honduras e no Laos. No outro extremo da escala, o Japão é o lugar mais caro, seguido de perto por Nova Zelândia e Austrália.

Uma cesta de compras custa menos de US$ 100 em 18 países, todos mercados emergentes ou de fronteira, do Peru ao Camboja. Muitos desses lugares estão perto da fonte, como o Triângulo Dourado da região produtora de ópio da Ásia.

"Tudo se resume aos custos de distribuição", disse Peter Reuter, professor na Faculdade de Políticas Públicas e no Departamento de Criminologia da Universidade de Maryland. "Estar perto do produtor reduz os custos."

Em nossa cesta, colocamos o seguinte: um maço de cigarro, de marcas mais populares e premium; uma garrafa de bebidas alcoólicas, como cerveja, vinho e destilados; um grama de estimulantes tipo anfetamina, como anfetamina, metanfetamina e/ou ecstasy; um grama de cannabis, como maconha, resina de haxixe e/ou óleo de cannabis; um grama de cocaína, seja em pó, pasta ou base; um grama de opióides, como heroína e/ou ópio.

A Bloomberg analisou pesquisas próprias, o Relatório Mundial sobre Drogas das Nações Unidas, que é anual, e dados da Organização Mundial de Saúde. Os salários se basearam nos dados de PIB de 2016. A coleta de dados neste campo é difícil e as pesquisas sofrem de defasagem de tempo. Este índice não monitora prostituição e jogo.

O Bloomberg Vice Index dá informações sobre a economia por trás de alguns de nossos maus hábitos. A ação policial, por exemplo, é fundamental na definição do preço das drogas.

Nas Filipinas, milhares de usuários e traficantes de drogas foram massacrados em uma repressão do governo. Na Tailândia, há histórias que podem servir de lição de mochileiros jogados na cadeia para enfrentar a pena de morte por terem sido pegos com uma pequena quantidade de maconha escondida. Nosso índice inclui esse risco.

"Sem dúvida, os preços das drogas ilegais incluem um prêmio que reflete o zelo local pelo cumprimento da lei", disse Philip J. Cook, professor da Faculdade de Políticas Públicas de Sanford na Universidade Duke. "O mesmo pode ser dito das commodities legais com grandes encargos tributários, porque o preço nas ruas pode ser dominado pelos bens contrabandeados."

O preço das bebidas alcoólicas e do tabaco, por sua vez, reflete mais os impostos locais.

"Consumidores de baixa renda podem preferir fumar Marlboro e beber Heineken, mas optam por marcas consideradas inferiores que são mais baratas", disse Cook. "Os países de baixa renda têm preços baixos para a maioria das marcas usadas porque é isso o que os consumidores podem pagar."

A análise da cesta de vícios em relação à renda revela algumas surpresas. De acordo com esse critério, países de alta renda, como Luxemburgo e Suíça, oferecem o melhor valor. Na Venezuela, no entanto, a inflação galopante significa que a população teria que gastar 17 vezes seu salário semanal para comprar uma garrafa de cerveja, um maço de cigarro e um grama de cocaína.