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Criador do Android atacará de novo com telefone 'Essential'

Mark Gurman e Mark Bergen

16/01/2017 10h58

(Bloomberg) -- Apenas dois anos depois de sair do Google, Andy Rubin se prepara para atacar a indústria de smartphones que ele ajudou a criar.

Rubin, criador do sistema operacional Android, pretende combinar sua experiência em software com a inteligência artificial em um negócio arriscado: hardware para consumidores. Junto com uma equipe de 40 pessoas, repleta de ex-funcionários da Apple e do Google, que pertence à Alphabet, Rubin se prepara para anunciar uma nova companhia, chamada Essential, e assumir o cargo de CEO, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Uma empresa plataforma criada para unir vários aparelhos, a Essential está trabalhando em uma série de produtos de hardware, inclusive para os mercados de dispositivos móveis e de casas inteligentes, disse uma das pessoas.

No centro desse sistema está um smartphone de alto nível com uma grande tela de ponta a ponta sem uma moldura circundante. Na Feira de Eletrônicos de Consumo (CES, na sigla em inglês), realizada em Las Vegas no começo de janeiro, Rubin conversou sobre o smartphone com executivos de operadoras de telefonia, inclusive com alguns da Sprint, disseram pessoas familiarizadas com as conversas.

Rubin registrou a Essential Products Inc. com os órgãos reguladores da Califórnia em novembro de 2015. No fim de 2016, a companhia registrou "Essential" com o Escritório de Marcas e Patentes dos EUA, listando smartphones, tablets, acessórios e "software de computação operacional para telefones móveis" entre seus bens e serviços. Não está claro se os aparelhos rodarão com um software baseado no Android.

Embora ainda esteja na etapa de protótipo, o telefone de Rubin foi criado para o topo do mercado, onde residem o iPhone da Apple e o novo Pixel da Alphabet. Projeta-se que ele terá materiais de primeira e a capacidade de ganhar novos recursos de hardware com o tempo, disseram as pessoas. Representantes de Rubin e da Sprint preferiram não comentar.

Rubin vendeu o Android ao Google em 2005. Ele passou oito anos no comando do Android no Google, quando transformou o que era um pequeno projeto em um dos softwares para aparelhos móveis mais dominantes do planeta. Em 2013, ele saiu do cargo no Android para formar a unidade de robótica do Google e abandonou de uma vez a empresa em 2014. O seguinte empreendimento de Rubin foi uma incubadora de startups chamada Playground Global, que financia projetos de inteligência artificial, robótica e realidade aumentada.

Rubin tem certeza absoluta de que a inteligência artificial é a próxima grande mudança que vai revolucionar o setor tecnológico. "Novas plataformas de computação surgem a cada dez ou doze anos", disse ele na Conferência de Tecnologia da Bloomberg, em junho passado. "Qual será a próxima plataforma? Ela se centrará em dados e em pessoas treinando sistemas de inteligência artificial a aprender."