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Governo espera arrecadar R$ 20 bilhões com débitos no Carf

21/07/2015 08h38

Brasília - Correndo contra o tempo para fazer a maior meta possível de superávit primário, a equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conta com um recolhimento de R$ 20 bilhões ainda este ano de créditos tributários já julgados pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Desse total, cerca de R$ 15 bilhões são esperados em pagamentos à vista ou parcelados e mais R$ 5 bilhões em depósitos judiciais, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Outra possibilidade é uma Medida Provisória (MP) que está sendo preparada e que possibilitará a utilização de prejuízos fiscais acumulados em balanços para abater créditos com a Receita. Dessa forma, as empresas teriam de pagar à vista 43% do valor devido. O governo também espera que as empresas com débitos com o Carf passem a aderir a esta proposta. A MP sairá em breve.

A arrecadação com esses pagamentos é a aposta do ministro da Fazenda para reforçar o caixa e evitar uma redução da meta de superávit primário, pelo menos por agora. A decisão será anunciada nesta quarta-feira, 22, quando o governo enviará a revisão bimestral de receitas e despesas.

As três possibilidades de pagamento dos débitos - entre pagamento à vista, parcelamento ou ingresso de depósitos - poderão ser usadas como receita e aumentar o superávit. O governo pode usar 100% dos depósitos como receita.

O Conselho foi alvo da Operação Zelotes e as cobranças de casos já julgados podem chegar a R$ 100 bilhões. Levy tem reforçado nas últimas entrevistas a importância do ingresso desses recursos do Carf para a engenharia financeira deste ano.

O ministro disse na semana passada que, com a necessidade de aumentar a arrecadação, que vem frustrando as expectativas do governo, a reestruturação do conselho é de extrema importância para que "atenda aos objetivos, contribua para todos os esforços que estão sendo feitos para recuperação da economia". Uma das saídas para a reestruturação do Conselho, segundo Levy, é realizar uma maior integração entre a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, o Carf e a Receita Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.