Carrefour terá que pagar R$ 100 mil para funcionária chamada de 'macaca'
SÃO PAULO - O Carrefour terá que pagar R$ 100 mil de indenização para uma ex-funcionária que sofreu discriminação racial, tratamento grosseiro e excesso de trabalho. Em decorrência do assédio moral, ela acabou sendo vítima da síndrome de esgotamento profissional, ficando incapacitada por três anos.
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A mulher foi contratada em 1994 para trabalhar como chefe de seção no Carrefour Sul, em Brasília. No entanto, acabou recebendo outras atribuições cumulativamente, exercendo, então, as funções de chefe de seção, gerente de caixa e secretária de diretor.
Ela relatou que um diretor fazia terror psicológico, com repetidas pressões intimidadoras, constrangedoras e humilhantes. Um dia, ele a chamou de '"macaca" na presença de outros empregados.
A partir de janeiro de 2006, ela desenvolveu quadro depressivo, insônia, ansiedade, dentre outros males psicológicos, tendo que se afastar por licença médica. No final de 2006, passou a trabalhar no Carrefour Norte, mas a situação perdurou mesmo com a mudança do diretor, pois o novo preposto também cometeu abuso do poder diretivo, com idêntico tratamento grosseiro. Não aguentando a pressão, a trabalhadora pediu desligamento da empresa em dezembro de 2010.
Valor da indenização
Com isso, o supermercado foi condenado a pagar R$ 100 mil pela 18ª Vara do Trabalho de Brasília, mas após recurso o valor reduziu para R$ 12 mil pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF/TO).
Entretanto, após novo recurso ao TST, o ministro relator do processo, Aloysio Corrêa da Veiga, considerou que a decisão regional não respeitou o princípio da proporcionalidade ou o caráter pedagógico da medida e voltou a aumentar o valor da indenização chegando novamente em R$ 100 mil.
Reposta
Em nota, o Carrefour afirma que "não se pronuncia sobre processos que estão em tramitação no judiciário, mas reforça que tem o firme compromisso de atuar de acordo com as diretrizes de seu Código de Conduta para os Negócios, que repudia toda e qualquer atitude de preconceito e prioriza o respeito à ética e à lei".
A empresa disse ainda que "realizou este ano a formação de mais de 50 mil funcionários" em campanhas sobre diversidade, e que participa de ações sociais em parceria com entidades que promovem a igualdade racial.
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