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Especialistas enxergam queda exagerada de fundos imobiliários; "Melhor hora para comprar"

10/07/2013 10h38

SÃO PAULO – Os fundos imobiliários caíram forte nos últimos meses. Só em junho, a desvalorização do Ifix, índice que mede o desempenho dos principais fundos negociados na BM&FBovespa, foi de 7,23%. No ano, as perdas já ultrapassam os 9%.

Entretanto, os analistas da XP Investimentos apontam que a desvalorização recente dos fundos imobiliários não reflete os reais fundamentos do setor. “Temos poucas dúvidas em afirmar que o mercado de fundos imobiliários nunca esteve tão subprecificado quanto se encontra agora. São inúmeras as divergências, incoerências e oportunidades de adquirir verdadeiras barganhas. Desde que o mercado ganhou uma mínima robustez não tivemos hora melhor para se posicionar”, disseram, em relatório divulgado aos clientes.

Os analistas da XP apontam dois motivos para a queda dos fundos imobiliários nos últimos meses. O primeiro é o forte crescimento pelo qual o mercado passou no segundo semestre de 2012, especialmente após o sucesso da estreia do fundo BB Progressivo II (BBPO11).

“Esta oferta abriu a porta do mercado de FIIs para muitos e atraiu uma série de investidores desalinhados com o que o produto oferecia. Destaca-se ai o efeito extremamente nocivo das estratégias de flipagem dos IPOs e follow-ons. A partir do momento que os IPOs deixaram de dar lucros (muito em função destas estratégias), houve uma fuga de alguns investidores do mercado, o que resultou no inicio das quedas dos FIIs de forma mais expressiva”, apontam os analistas.

O segundo motivo para a queda dos fundos imobiliários, de acordo com a XP, foi a elevação dos juros básicos. Na sua última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual, para 8% ao ano. Com a Selic em um nível mais alto, uma correção nos preços das cotas dos fundos imobiliários sempre é esperada pelo mercado – assim os rendimentos pagos também se ajustam em relação ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). No entanto, a XP considera esta correção exagerada.

“A principal deficiência na precificação correta está em olhar apenas para a  remuneração atual do fundo e seu nível de risco, automaticamente comparando estas variáveis a ativos de renda fixa e à Selic esperada para o fim do ano. Neste processo é esquecido que fundos imobiliários têm diversas fontes de incremento de receita ao  longo de períodos mais longos, que são variáveis dependendo de seu eixo de atuação”, diz o relatório.

Queda pode ser exagerada, diz Rio Bravo
A Rio Bravo Investimentos aponta que o spread atual entre  o yield dos fundos imobiliários e o retorno do CDI nunca foi visto anteriormente, o que sugere uma depreciação exagerada dos fundos imobiliários.

"É possível que a emoção tenha superado a razão na tomada de decisão do investidor, o que apontaria para um exagero na queda da cotação dos fundos imobiliá rios. Como consequencia, os mesmos fundos oferecem  hoje rendimentos superiores ao de ativos comparáveis", apontam os gestores, em carta aos cotistas.