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UFC faz movimento em academia de artes marciais crescer 80%

Marcelo Marconcini, proprietário da academia Força Plena, em Diadema (SP) - Divulgação
Marcelo Marconcini, proprietário da academia Força Plena, em Diadema (SP) Imagem: Divulgação

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

16/01/2013 00h00

No próximo sábado (19), o UFC, campeonato mundial de artes marciais mistas (MMA, em inglês), desembarca no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (SP). O torneio que, cada vez mais, ganha fãs no Brasil também gera oportunidades de negócios para o setor de academias.

Atentos à popularização do UFC, empresários já investem em aulas de artes marciais e venda de material esportivo nas academias para aumentar a receita de suas empresas.

Marcelo Marconcini, 39, é proprietário da academia Força Plena, em Diadema, no ABC paulista. Nos últimos dois anos, o número de alunos interessados nas aulas de lutas aumentou em torno de 80%.

O empresário também aproveita a exposição do UFC para revender materiais esportivos, como luvas, sacos de bater, protetores e caneleiras. “Montamos um centro de treinamento onde não há, aqui em Diadema, estrutura parecida”, afirma.

Crescem pedidos em fábrica de ringues e octógonos

Já a academia de artes marciais Figthers Camp, em Campinas (a 93 km de São Paulo), abriu as portas há três anos –quando o UFC começou a ganhar espaço na mídia brasileira. Atualmente são cerca de 700 alunos matriculados.

Além da academia, Paulo Nikolai, 52, mantém outro negócio: a confecção de ringues e octógonos. O empreendedor diz que recebe até quatro pedidos por mês. A venda é sob encomenda e os preços variam de R$ 25 mil a R$ 58 mil, dependendo do tamanho da estrutura produzida.

“Não vendemos muito porque é um produto caro. É um negócio que já teve altos e baixos. Antes, eu recebia um pedido a cada seis meses ou um em um ano”, declara Nikolai, que é um dos precursores do “muay thai” –estilo de luta tailandesa– no Brasil.

Mais de 50% das academias do RJ e SP têm aulas de lutas

O setor está em alta. Segundo dados da Acad Brasil (Associação Brasileira de Academias), em 2011, das 7.813 academias paulistas em funcionamento, 55,6% ofereciam aulas de lutas. No Rio de Janeiro, o percentual chegou a 57,4% das 2.437 academias em atividade. Os números de 2012 não foram consolidados.

Para o diretor da entidade, Paulo Chieza, o MMA é o único esporte que alcançou exposição na mídia próxima à do futebol no Brasil. Tanta divulgação fez com que aumentasse a procura por aulas de lutas nas academias. “A quantidade de brasileiros no topo do MMA tornou o esporte popular”, diz.

Mas, de acordo com Chieza, oferecer aulas de lutas no mesmo ambiente em que outros alunos praticam musculação ou yoga, por exemplo, é um erro. O ideal é ter um espaço próprio para que o mau cheiro causado pelo suor dos atletas não incomode os demais alunos.

“Colocar aulas de luta no mesmo salão onde são praticadas outras atividades também demanda muito trabalho para montar e tirar o tatame, sacos de areia ou outros equipamentos. Quanto mais o empreendedor se especializar, melhor”, afirma.

Instrutor de luta precisa ter formação em educação física

No entanto, para os empreendedores que pretendem disponibilizar aulas de lutas em suas academias, é preciso se adequar a algumas exigências. Segundo o presidente do Confef (Conselho Federal de Educação Física), Jorge Steinhilber, o instrutor de luta deve possuir registro no conselho regional de educação física do Estado onde atua.

Caso não possua o registro, o instrutor e o estabelecimento poderão ser punidos por exercício ilegal da profissão. O dono da academia, por outro lado, não precisa ter o registro, desde que não interfira nas aulas.

“A exigência não é uma questão e reserva de mercado, é uma situação de defesa da sociedade e do direito de ser atendida com qualidade e com segurança”, declara.

Outra norma diz que as academias devem possuir kits de primeiros socorros. Não é preciso equipe médica de plantão. O professor formado em educação física está habilitado a utilizar o material.

“Se a empresa não estiver adequada e, em caso de acidente, sofrer uma ação, a pena será mais dura e imediata do que no caso de um empresário que atue regularizado”, diz o presidente do Confef.