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EUA e Japão proíbem operações com Boeing 787 Dreamliner

Do UOL, em São Paulo

17/01/2013 02h33

A Agência Federal de Aviação (da sigla em inglês FAA), que regula a aviação civil nos Estados Unidos, determinou nesta quarta-feira (16) que todos os Boeing 787 Dreamliner registrados no país permaneçam em terra até a conclusão de uma investigação de segurança.

"Antes de voltar a voar, os Boeing 787 registrados nos Estados Unidos devem demonstrar à Agência Federal de Aviação que as baterias são seguras", destacou a FAA.

Acompanhando a decisão da FAA, o vice-ministro japonês dos Transportes, Hiroshi Kajiyama, determinou nesta quinta-feira (17) que todos os Boeing 787 registrados no país fiquem em terra até a conclusão das investigações.

As duas maiores companhias aéreas do Japão, que estão entre as principais clientes do Dreamliner da Boeing, já haviam suspenso temporariamente a operação com suas frotas do modelo após um incidente ocorrido nesta quarta-feira (16).

Na manhã de quarta, um 787 da companhia aérea japonesa All Nippon Airways (ANA) fez um pouso não programado no aeroporto de Takamatsu, no sul do Japão. Segundo a empresa, foi detectada fumaça na cabine, causada pela falha em uma bateria.

É o sexto incidente com esse modelo da norte-americana Boeing em menos de dez dias. Na sexta-feira (11), o Departamento de Transportes dos EUA anunciou que fará uma ampla revisão nos sistemas críticos da aeronave, incluindo design, manufatura e montagem. 

Juntas, ANA e JAL (Japan Airlines) possuem 24 aviões Boeing 787 Dreamliner --quase metade dos 49 operacionais no mundo todo--, e realizaram revisões das baterias e dos condutores de combustível de suas frotas sem detectar anomalias.

Histórico de falhas no modelo

Há oito dias, em Boston, um 787 da Japan Airlines (JAL) proveniente do Japão teve um princípio de incêndio em terra. No dia seguinte, outro voo da JAL que partia de Boston foi atrasado por um vazamento de combustível.

No último dia 9, um voo da All Nippon Airways realizado por outro Boeing 787 foi cancelado no país asiático por causa de um problema nos freios.

Na sexta-feira, também no Japão, dois incidentes aconteceram a bordo de dois Boeing 787 da ANA: um voo foi cancelado por causa de uma rachadura no vidro da cabine, e outro foi atrasado por causa do vazamento de óleo.

Posicionamento do fabricante

Após o último incidente, a Boeing afirmou que vai "trabalhar" com "clientes e os organismos competentes" sobre o caso.

A série de erros fez com que o Departamento Federal de Transporte dos EUA ordenasse em 11 de janeiro uma "inspeção a fundo" tanto do desenho da aeronave como do processo de produção.

Em comunicado à imprensa, a Boeing afirmou: "Revisões regulares no programa e no progresso técnico são uma parte importante do processo de validação e fiscalização que criou o sistema de transporte aéreo seguro e eficiente de hoje. Embora a confiabilidade do 787 esteja à altura da dos melhores do gênero, tivemos, nos últimos meses, alguns problemas em serviço e só nos damos por satisfeitos quando não temos mais o que melhorar." 

O chefe da unidade comercial da Boeing, Ray Conner, negou que os incidentes tivessem sido causados por terceirização ou rápido aumento da produção. Conner também disse não ver nada de "excepcionalmente anormal" quanto ao novo avião.

Modelo fez primeiro voo comercial em 2011

Reguladores dos EUA levantaram dúvidas sobre a confiabilidade do 787 em longas rotas transoceânicas, publicou o jornal "Wall Street Journal".

O Dreamliner é o primeiro avião do mundo construído com compósitos de carbono e possui preço de tabela de US$ 207 milhões.

O modelo fez seu primeiro voo comercial no final de 2011, depois que uma série de atrasos de produção deixou as entregas do modelo três anos atrás do planejado. Até o final do ano passado, a Boeing vendeu 848 Dreamliners e entregou 49 unidades do modelo. (Com agências)