Empresário lucra com aluguel de temporada para classe C na Disney
O empresário Wendel Ferrari, 32, soube aproveitar o movimento crescente de brasileiros que viajam para exterior para lucrar. Com o aluguel de casas para temporada em Orlando (EUA), ele oferece uma opção mais barata do que hotéis para quem tem o sonho de conhecer a Disney. Turistas das classes A e B e até da nova classe média procuram o serviço para economizar na estadia.
Segundo dados do Banco Central, os gastos dos brasileiros no exterior em 2012 foram os mais altos desde 1947, quando a informação começou a ser registrada no país. Só os turistas gastaram US$ 6,6 bilhões em despesas fora do Brasil.
A ideia de negócio surgiu da dificuldade de Ferrari para alugar uma casa em Orlando para passar sua lua-de-mel, em 2010. Ele não encontrou nenhum site em português que intermediasse o negócio. A solução foi utilizar um site em inglês e assumir os riscos da negociação.
Já nos Estados Unidos, o proprietário da casa alugada disse que, por conta dos efeitos da crise financeira na época, os imóveis estavam com preços reduzidos e era um momento favorável para fazer investimentos.
Depois de pesquisar, o empreendedor notou que comprar uma casa em Orlando envolvia menos burocracia do que imaginava. Além disso, o dólar estava em baixa, o que favorecia ainda mais o investimento.
Wendel Ferrari criou o site Temporada na Disney
Decidiu vender o sítio que tinha em Sorocaba (a 99 km de São Paulo) para apostar na ideia. “Comprei uma casa de quatro dormitórios, mobiliada e com piscina por US$ 170 mil, o que em março de 2011, era algo em torno de R$ 285 mil”, afirma. O pagamento foi feito à vista.
Para conseguir hóspedes para o imóvel, o empreendedor criou o site Temporada na Disney. De lá para cá, o negócio cresceu. O total de casas ofertadas subiu para 35 e, só em 2012, o faturamento da empresa chegou a R$ 650 mil. O site também ganhou um escritório em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e emprega três funcionários.
Empresário queria vender casa nos EUA
O projeto inicial do empreendedor era ficar com a casa até ela se valorizar e, depois, vendê-la. No entanto, para manter os custos fixos do imóvel, Ferrari passou a alugar o espaço para famílias brasileiras que visitavam o parque da Disney.
Os pedidos de locação começaram a crescer. Foi aí que o empresário percebeu que poderia fazer disso um negócio. Ferrari firmou parcerias com outros brasileiros donos de casas em Orlando e imobiliárias norte-americanas para conseguir ofertar mais imóveis.
“Hoje, 90% das casas que alugamos são de proprietários brasileiros. Eles nos oferecem o imóvel por um preço e colocamos uma comissão sobre o valor para ofertarmos no site”, declara.
Aluguel é mais vantajoso para grupos a partir de quatro pessoas
Os imóveis oferecidos pela empresa ficam todos dentro de condomínios residenciais e podem comportar de seis a 12 pessoas, dependendo da quantidade de dormitórios. As diárias variam de US$ 149, na baixa temporada, até US$ 295, na alta estação (em torno de R$ 300 a R$ 600 a diária). O valor médio da diária em um quarto de hotel em Orlando é de US$ 110 segundo a mais recente pesquisa Hotel Price Index, índice elaborado pelo site Hoteis.com.
“Os preços começam a ficar vantajosos para grupos a partir de quatro pessoas. Sai mais barato do que ficar em um hotel e o hóspede ainda conta com a ajuda de um funcionário [com a função de um caseiro] fluente em português para resolver qualquer problema”, diz o empresário.
Os contratos de locação são 100% em português. De acordo com o empreendedor, todas as imobiliárias norte-americanas parceiras da empresa têm pelo menos um funcionário fluente em português capaz de entender os termos do contrato e assegurar o cumprimento do acordo.
Empresa tem de se adequar às leis dos EUA
Mesmo com o registro no Brasil, a Temporada na Disney tem de se adequar às leis norte-americanas para alugar imóveis. A empresa tem de repassar 13% do valor cobrado em cada contrato para o governo de lá.
Além disso, o imóvel deve conter cercas em volta da piscina, para impedir que crianças entrem na água sem autorização dos pais, e placas de “proibido fumar” no interior dos cômodos.
“Todas as casas são equipadas com sensores de fumaça. Quando acionado, um alarme dispara e a polícia vai ao local imediatamente. Pode parecer brincadeira para nós, mas é algo que eles levam muito a sério”, declara Ferrari.
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