Após "De Pernas pro Ar", sobe número de vendedoras de produto erótico
Depois do lançamento do filme "De Pernas pro Ar", sucesso de bilheteria em 2011, mais profissionais resolveram investir no mercado de venda direta de produtos eróticos no Brasil. O volume de consultoras passou de 60 mil, em 2010, para 85 mil, em 2011, uma alta de 42%. Os dados são da Abeme (Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico e Sensual).
No filme, Alice, personagem da atriz Ingrid Guimarães, é dona de um sex shop que realiza reuniões para apresentar produtos eróticos e alavanca as vendas da empresa, transformando-a em uma rede.
Segundo a publicitária Thais Plaza, 33, que já foi consultora e hoje é responsável por treinar essas vendedoras domiciliares, assim como no filme, o mercado de venda domiciliar vem crescendo e se mostrando um negócio bastante rentável.
Plaza é dona da empresa Doce Sensualidade que, além de treinamentos, oferece cursos de artes sensuais, como massagem e pompoarismo.
Ela diz que reuniões em academias, salões de beleza e até mesmo em encontro de casais de igrejas são boas oportunidades para fechar vendas. E que o perfil das consultoras de produtos eróticos é variado.
“Há mulheres que já fazem venda direta de produtos de catálogo, como cosméticos, e há aquelas que são consumidoras dos produtos e querem trabalhar com isso por ter afinidade com o mercado.”
Nos treinamentos, Plaza explica que as consultoras ajudam a melhorar não só a vida sexual dos clientes, mas também sua saúde e bem-estar.
“Relacionar a sexualidade à saúde aumenta a área de atuação. Temos consultoras religiosas, que levam os produtos para suas igrejas. Claro que a variedade de produtos levada para esses locais não é tão grande, mas é possível vender lubrificante e gel térmico, por exemplo”, afirma.
A renda média de uma consultora de produtos eróticos fica entre um e dois salários mínimos, segundo a Abeme.
Vendas domiciliares e pela internet oferecem privacidade
De acordo com a Abeme, as vendedoras domiciliares e a internet são as principais responsáveis pela venda de produtos eróticos no Brasil.
O mercado está em alta após o filme, que ganhou uma sequência em 2012, e ao livro “50 tons de cinza”, que mostra um romance recheado de elementos fetichistas e fez crescer a procura por estes produtos.
Para Paula Aguiar, presidente da Abeme, o mercado erótico nunca esteve tão em alta. “As pessoas estão mais abertas para este assunto. Acreditamos que o crescimento do setor vai continuar pelos próximos cinco anos”, afirma.
Apesar de, aos poucos, o consumo de produtos eróticos estar deixando de ser relacionado a algo imoral, os consumidores ainda prezam pela privacidade. Por isso, as consultoras e a internet são os principais canais de venda.
“Na internet, é possível buscar o melhor preço e a rede oferece uma abrangência nacional. Com as vendedoras domiciliares, os clientes podem tirar dúvidas sobre produtos, saber como funcionam. Esse é o diferencial da venda consultiva e treinamento é fundamental”, declara Aguiar.
A expansão do mercado erótico também vem despertando o interesse das micros e pequenas empresas. Pela primeira vez, o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) estará presente na Erotika Fair, feira do setor que ocorre de 4 a 7 de abril em São Paulo, oferecendo consultoria aos empreendedores da área.
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