Índice que reajusta aluguel desacelera alta a 0,21% em março, diz FGV
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), muito utilizado para o rejuste de contratos de aluguel, subiu 0,21% em março, ante elevação de 0,29% em fevereiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (27).
O principal motivo foi a desaceleração dos preços no atacado e da construção, compensando o avanço no varejo.
Em relação à segunda prévia de março, também houve leve desaceleração, após alta de 0,24% no período.
A inflação tem sido motivo de preocupação tanto do governo quanto do mercado, principalmente depois de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ter se aproximado, no acumulado em 12 meses em março, do teto da meta do governo, de 6,5% pelo IPCA.
Analistas acreditam que o início do ciclo do aperto monetário será em maio, com a taxa básica de juros (Selic) --atualmente em 7,25% ao ano-- encerrando o ano a 8,5%.
Agora, a atenção se volta para a divulgação, na quinta-feira, do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, com projeções sobre inflação e atividade econômica.
Atacado
De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, ficou praticamente estável, com variação positiva de 0,01% em março, ante avanço de 0,21% em fevereiro.
Em relação à origem dos produtos, os industriais desaceleram a alta a 0,3%, ante 0,82% em fevereiro. Já os agropecuários registraram queda de 0,7% em março, ante recuo de 1,31% no mês anterior.
Entre os estágios de produção, os preços dos Bens Finais avançaram 1%, ante alta de 1,26% anteriormente. Contribuiu para este movimento o subgrupo combustíveis, com alta de 0,85%, após avanço de 5,09%.
No segmento Bens Intermediários, foi registrada queda de 0,28%, após alta de 0,73% em fevereiro. A principal contribuição partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, com queda de 1,14% ante variação positiva de 0,08% em fevereiro.
Já o índice de Matérias-Primas Brutas apresentou variação negativa de 0,78%, contra queda de 1,58% no mês anterior. Os itens que mais influenciaram foram soja em grão (-11,06% a -4,78%), minério de ferro (3,21% a 5,88%) e leite in natura (-0,02% a 1,78%).
Varejo
Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor, com peso de 30% no índice geral, acelerou a alta para 0,72%, contra 0,3% visto anteriormente.
A principal contribuição partiu do grupo Habitação, com avanço de 0,48% em março após ter registrado queda de 1,75% no mês anterior.
Nesta classe de despesa, destacou-se o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -16,14% para -1,62%.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, registrou elevação de 0,28%, desacelerando ante alta de 0,80% em março.
O resultado do INCC, que responde por 10% do IGP, foi puxada pela mão de obra, com alta de 0,14% após avanço de 1%.
Além de medir a evolução do nível de preços, o IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
(Com Reuters)
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