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Franquia junta esmalte e boteco para concorrer com salões de beleza

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

18/04/2013 06h00

No mesmo espaço em que fazem as unhas, as mulheres também podem pedir um refrigerante, uma cerveja ou um espumante. Esta é a proposta da rede de franquias Esmalteria Nacional, que chegou ao mercado há quatro meses. A rede já conta com duas unidades na capital paulista e tem um faturamento mensal em cada uma de R$ 30 mil, segundo o criador da marca, Gustavo Andare, 33.

O empresário conheceu o conceito de “nail bar” (unha e bar) em viagens que fez aos Estados Unidos e à Europa. A ideia de reproduzir o negócio por aqui surgiu depois que visitou os salões de beleza nacionais e notou que, em alguns deles, não havia preocupação com a higiene na hora de fazer as unhas.

Segundo ele, muitas manicures não utilizavam luvas e instrumentos descartáveis. "Nas esmalterias nós investimos muito na higiene do local e dos equipamentos", diz Andare. O empresário também conta que pretende transformar as unidades em espaços de convivência para as clientes.

“No ‘nail bar’, as mulheres podem tornar a ocasião uma reunião, um happy hour ou até mesmo um evento fechado”, diz.

De acordo com Andare, as clientes têm cerca de 200 opções de esmaltes para escolher. O número tende a crescer conforme a franquia ganhe espaço no mercado.

O investimento inicial para abrir uma unidade é a partir de R$ 36 mil (incluindo taxa de franquia + instalação + capital de giro). O faturamento médio mensal de um franqueado é de R$ 30 mil, segundo a rede. No site da empresa é possível preencher o formulário para se candidatar.

RAIO-X DA FRANQUIA

ItemValor
Investimento inicialA partir de R$ 36 mil (incluindo taxa de franquia + instalação + capital de giro)
Faturamento médio mensalR$ 30 mil
Lucro líquidoEntre 40% e 45% do faturamento (de R$ 12 mil a R$ 13,5 mil)
Prazo de retorno do investimentoDe seis a 12 meses
RoyaltiesR$ 1.400 por mês
Taxa de propagandaR$ 300 por mês
  • Fonte: Esmalteria Nacional

Produtos para unhas arrecadaram R$ 580 milhões

A franquia chega ao mercado em um momento de alta nas vendas de produtos para unhas. De acordo com a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o setor faturou R$ 580 milhões em 2012, aumento de 14,1% em relação ao ano anterior (R$ 508,5 milhões).

De olho nesse mercado, a empreendedora Tais Simas, 41, também abriu uma esmalteria “nail bar”, a Lolita Esmalteria. Ela afirma que a ideia de negócio surgiu da indignação com a pouca variedade de esmaltes nos salões de beleza.

Quando queria uma cor diferente, ela própria levava o esmalte ao salão para a manicure pintar suas unhas. “Dizia para minhas amigas que iria montar um espaço com mil cores de esmalte. Daí veio a ideia”, declara.

Seis meses após a abertura da loja, ela afirma ter quase mil opções de esmaltes, entre cores e marcas nacionais e importadas. “O esmalte passou a ser um acessório feminino que combina com a roupa do dia a dia e não apenas uma corzinha básica para mostrar que as unhas estão feitas”.

Simas diz que investiu R$ 150 mil para começar o negócio. O faturamento mensal é de R$ 30 mil, mas ela espera chegar aos R$ 100 mil mensais até o fim de 2013. Para isso, ela aposta na fidelização de clientes. A cada dez sessões com a manicure –que custa, em média, R$ 40, para fazer as unhas dos pés e das mãos– a seguinte é gratuita.

“As diferentes cores de esmaltes não fazem sucesso só entre as mulheres jovens. Há senhoras que só usavam vermelho e, hoje, estão usando novas cores”, afirma

Manicures são mais procuradas que cabeleireiros nos salões

De acordo com a sócia-diretora da consultoria em varejo GS&MD, Cristiane Osso, as esmalterias se especializaram no serviço que mais gera fluxo em um salão, a manicure.

Enquanto as mulheres vão ao salão para cortar o cabelo em intervalos de meses, as unhas podem ser feitas mais de uma vez por semana.

“Se o ambiente for agradável, tiver bom atendimento, localização próxima do público-alvo e programas de fidelidade, há grandes chances de o negócio dar certo”, declara a consultora.

No entanto, para a diretora geral do Grupo Bittencourt –consultoria especializada em franchising–, Claudia Bittencourt, o modelo de negócio das esmalterias é fácil de ser copiado.

Por isso, há risco de as esmalterias se tornarem negócios da moda e algumas unidades terem de fechar as portas após algum tempo. “Só vão ficar no mercado as marcas que melhor se estruturarem”, diz a especialista.