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Governo admite crescimento da economia abaixo de 3,5% no ano

Alan Marques/Folhapress
Imagem: Alan Marques/Folhapress

Matheus Lombardi

Do UOL, em São Paulo

29/05/2013 12h17Atualizada em 29/05/2013 15h36

O governo deve rever para baixo a previsão de crescimento da economia no ano, após o fraco resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no 1º trimestre, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta-feira (29).

A previsão de crescimento da economia já havia sido reduzida em abril, de 4,5% para 3,5%. As estimativas estão no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

"Nós estávamos com uma previsão de crescimento. Iremos rever esse número quando fizermos esse [novo] relatório e, certamente, será para baixo", afirmou Mantega, ao comentar os resultados da economia do país no 1º trimestre.

A economia brasileira cresceu 0,6% no período, abaixo do crescimento esperado pelo mercado (0,9%).

Apesar de ter evitado fazer previsões nos últimos meses, o ministro se mostrou otimista com a economia do país no 2º trimestre do ano. "Não podemos esquecer que já estamos no meio do segundo trimestre. Os dados são muito bons", declarou. 

Governo não deve anunciar novas medidas de estímulo

O governo não deve anunciar novas medidas de estímulo para a economia do país, disse Mantega. "O governo não pretende implementar novas medidas de estímulo. Nós não pretendemos fazer estímulos ao consumo. O consumo tem que se recuperar a partir dos estímulos ao desenvolvimento".

Desde o ano passado, o governo tem adotado isenções fiscais e outras medidas para tentar estimular a economia brasileira em meio à crise global. A indústria, principal setor beneficiado pelo governo, registrou queda de 0,3% no 1º trimestre.

Crescimento do PIB foi puxado pelos investimentos

O crescimento no 1º trimestre foi puxado pelos investimentos, com melhora de qualidade mesmo diante de um cenário internacional adverso, afirmou Mantega.

Segundo ele, os estímulos feitos pelo governo estão surtindo efeito, e as concessões ainda vão elevar os investimentos no país. O ministro destacou ainda que a economia está num ritmo de crescimento anualizado de 2,2%.

Mantega também destacou que o câmbio não é uma preocupação para o governo, e que a desvalorização do real aumenta a competitividade no país, favorecendo as exportações. Ele afirmou ainda que o movimento cambial é internacional.

BC estimava crescimento de 1,05%

A estimativa do Banco Central, mostrada por meio do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), era de expansão de 1,05% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Quando os dados do BC foram divulgados, há duas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que achou o resultado "muito bom".

O FMI (Fundo Monetário Internacional) baixou sua previsão de 3,5% para 3%. O mercado, por sua vez, está menos otimista: economistas de instituições financeiras ouvidos pelo Banco Central disseram esperar um crescimento abaixo de 3%, segundo o último Boletim Focus divulgado. 

(Com agências)